Um novo episódio do Projeto Humanos – Caso Evandro traz a público áudios inéditos das sessões de tortura do grupo de pessoas acusadas da morte do menino Evandro, em Guaratuba, litoral do Paraná, em 1992. O programa relata há 25 episódios o caso, um dos mais famosos da história policial do estado.
Nos novos materiais, diz Ivan Mizanzuk, autor do projeto, está evidente o uso de tortura na obtenção das confissões que, na época, desvendaram o caso. Sete pessoas teriam assassinado Evandro num ritual satânico que teria o objetivo de ajudar a família Abagge a ter prosperidade e poder político.
Logo após a prisão, Beatriz Abagge, uma das principais acusadas e filha do então prefeito de Guaratuba, Aldo Abagge, já teria atribuído sua confissão a tortura. Mais tarde, Beatriz revelou ter sido estuprada e visto a mãe ser torturada. Após a confissão de 2 de julho de 1992, dia da prisão de ambas, as duas nunca mais admitiram o crime.
Sem as confissões, o caso contra os sete acusados perde muito da força. Para Mizanzuk, o novo material mudaria os resultados dos julgamentos. “Não tenho dúvidas”, afirmou.
Os áudios obtidos por Mizanzuk, em trechos divulgados por ele, mostram um homem orientando Beatriz a descrever o crime e ameaçando retomar “a sessão” caso ela não cooperasse. Em outro momento, Beatriz diz estar inventando.
Livro e série
O podcast Projeto Humanos – Caso Evandro foi lançado em 2018 e se tornou o maior sucesso do gênero no país em 2019, com cinco milhões de downloads. Este ano, o trabalho será transformado em livro pela editora Harper Collins e uma série documental na Globo Play que deverá estrear no segundo semestre.
O novo episódio e todo o projeto pode ser conferido no site do Projeto Humanos – Caso Evandro.