Banda curitibana Flaming Carrots revive o grunge em “Ashes do Ashes”

Depois de enfrentar um caminho cheio de idas e vindas, surpresas e inspiração, Flaming Carrots lança seu primeiro EP

Flaming Carrots é uma banda autoral curitibana e está prestes a lançar seu primeiro EP, “Ashes to Ashes”, no dia 7 de agosto. Até esse ponto, porém, houve um caminho cheio de idas e vindas, surpresas, apoio, inspiração e vontade. Às vezes há universo demais dentro de uma coisa só para ir direto ao ponto. Vamos começar de novo.

A banda Flaming Carrots nasceu em Curitiba, fruto não apenas de um sonho, mas especialmente da carência da cidade por paixão verdadeira. Não do tipo romântico, claro – paixão pela música, pela arte, pelo produto entregue. Hoje em dia isso está nas mãos de alguns poucos artistas que lutam bravamente por seus espaços na cena, dedicando seu tempo e energia a um objetivo que, em Curitiba, pode parecer tão distante.

A cidade já não respira mais com tanta intensidade, e talvez, para muitos, a música já não nos salve mais. A Flaming Carrots, porém, não pensa assim. Victor, Vicente, Leandro e Arthur se reúnem religiosamente aos finais de semana para compor, ensaiar, reformular canções antigas, apresentar novos trabalhos, e simplesmente se divertir um pouco com isso.

Flaming Carrots

A ideia de montar uma banda sempre esteve na cabeça do guitarrista, Leandro de Andrade, quando em sua infância e adolescência passava mais tempo com a música do que qualquer coisa. Por muito tempo Leandro fez músicas sozinho, e depois fez parte de algumas bandas que acabaram nunca sendo de fato levadas para frente. Em meados de 2021 isso mudou, quando ele decidiu concretizar o anseio por tocar em uma banda própria e criou a Flaming Carrots.

A primeira pessoa que Leandro chamou para a banda foi o vocalista, Victor Cortez. Ao ser perguntado sobre o porquê de ter aceitado o convite de prontidão, Victor não pensou duas vezes na resposta. “Sei lá, mano, eu tava bêbado!” De fato, o convite surgiu inesperadamente, mas todos o levaram a sério. Em questão de semanas, os ensaios já estavam acontecendo.

Em um ano muita coisa mudou. Uma delas foi Vicente, o baterista, com toda sua energia imparável e seu carisma contagiante, que começou a tocar com eles no início de 2022. Segundo ele, ter entrado na banda foi a realização de um sonho, e todos sentiram que seu ritmo acelerado era perfeito não apenas para as músicas, como também para a convivência como profissionais no dia a dia.

Um rumo diferente

O atual baixista foi o último a entrar na banda. Um amigo da banda tocava baixo com eles até esse ano, mas acabou priorizando outras áreas da vida e deixando a Flaming Carrots. Por um tempo Leandro, Victor e Vicente ficaram um pouco perdidos, mas logo encontraram Arthur e foi aí que tudo tomou um rumo diferente.

Encontraram, porque todos já o conheciam. Arthur, sob o apelido Artie, já tem seu reconhecimento na arte, não como músico, mas como ilustrador. Ele expôs seus trabalhos no CPDMG Fest em abril de 2022, e lá Leandro, um grande fã de Artie, resolveu arriscar o convite para a banda. Ele aceitou. “Confesso que não tava levando muito a sério no começo, só tinha pensado que ia tocar um pouco com essa piazada e fazer um som. Mas deu certo! Estou muito feliz, e fico muito feliz por ter surgido esse convite.”

Eis a atual, e mais forte do que nunca, Flaming Carrots: Victor nos vocais e guitarra solo, Leandro na guitarra base, Vicente na bateria e Arthur no baixo. A banda busca muita inspiração no rock noventista e, especialmente, no movimento da MTV na época. “O movimento da MTV nos anos 90 foi muito intenso. Hoje em dia eles são mais de rede social e reality show mas, naquela época, era só música. Levantava as bandas. Isso falta em Curitiba, as pessoas não conhecem as bandas e músicas novas que surgem aqui”, comentou Leandro.

Inspiração

Oasis, Soundgarden e Smashing Pumpkins são fortes inspirações para a Flaming Carrots – nomes muito conhecidos em todo o mundo. Há muito mais, porém. Terraplana, New Mind, She Is Dead, Anis Estrelado e tantos outros artistas curitibanos que não apenas os incentivam e inspiram, mas os abraçaram na cena.

Segundo a banda, eles começaram num momento perfeito. “Hoje em dia, a geração mais nova tá querendo esse comeback da música”, disse Leandro. Victor complementou. “A música tá muito líquida. A galera tá querendo esse retorno justamente por essa síndrome da música que dura só 15 segundos.” Eles defendem a ideia de compor pelo sentimento e pela arte, e não pelo refrão que vai ficar nas redes sociais.

E eles compuseram. Compuseram, ensaiaram, tocaram em shows, gravaram e, finalmente, lançaram seu primeiro EP. “Ashes to Ashes” surgiu com tudo o que veio antes: os anseios adolescentes de tocar em uma banda, as decepções adultas de viver no mundo em que vivemos, o dia a dia sentindo e percebendo, a intensidade das emoções dentro de cada um.

Tudo isso é explorado nas cinco músicas do EP, cada uma com um teor muito pessoal e único, trazendo de volta o rock noventista alternativo para a atualidade e lançando, juntamente com outras bandas que lutam por seus espaços, a chama na beleza e na intensidade da arte local. Essa é a Flaming Carrots.

Flaming Carrots

Ouça o EP “Ashes to Ashes” no Spotify.

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