Dwayne Johnson, também conhecido como The Rock, é uma figura carismática e tem boa relação com o público. Tanto que, pelo Twitter, agradeceu aos fãs pelas reações que recebeu sobre a atuação em “Adão Negro”, novo filme da Warner.
Thanks so much for the kind words Brad. #BlackAdam was a departure for me from characters I’ve played in the past. Our director, Jaume Collet-Serra helped me tremendously and a big advocate. Look forward to building out the DCEU from here. #BLACKADAM#JSA https://t.co/se7drA64St
— Dwayne Johnson (@TheRock) October 24, 2022
Embora especialistas tenham baixado a nota do longa no agregador “Rotten Tomatoes” – apenas 39% de aprovação – quem é fã do gênero super-herói sai contemplado do cinema. A nota do público chega a 90%.
Adão Negro
Adão Negro é um personagem antigo. Apareceu a primeira vez nos quadrinhos nos anos 40 e era uma versão “do mal” de Shazam, também dotado dos poderes do Mago Shazam.
O filme explora essa origem com algumas adaptações. The Rock interpreta Teth-Adam que recebeu poderes dos deuses. Apesar da história bonita, o roteiro peca na contextualização. A apresentação fica longa e a trama demora para emplacar ao apresentar Kahndaq, país dominado pela Intergangue.
Quando enfim chegamos ao presente, o expectador conhece a Sociedade da Justiça – formada por Gavião Negro (Aldis Hodge), Senhor Destino (Pierce Brosnan), Ciclone (Quintessa Swindell) e Esmaga-Átomo (Noah Centineo) – que tenta prender Adão Negro sem dar muitas explicações do porquê. E, ao mesmo tempo, proteger a cora de Sabbac, um artefato feito pelo antigo ditador de Kahndaq e vira o objeto de disputa na trama.
Sociedade da Justiça
A história bonita da personagem é pouco aproveitada e só serve para justificar o contato de Adão Negro com a Sociedade da Justiça, que por sua vez também é cheia de problemas. Gavião Negro passa metade do filme tentando fazer o papel de mocinho e discutindo com Adão Negro como se ele fosse um vilão (não é). Doutor Destino, um personagem forte e interessante, é o que mais vai bem, porém merecia mais atenção.
As cenas com Esmaga-Átomo e Ciclone, embora tenham efeitos especiais elogiáveis, são uma tentativa de suavizar o clima. Não são personagens ruins, porém, não agregam nada ao filme.
É ruim?
Dito tudo isso, parece que só temos problemas. Mas não. O longa é agradável para quem é fã dos quadrinhos e do gênero de super-herói.
Os efeitos especiais, as explosões e as cenas de luta são plásticas. Outro ponto positivo é que não é necessário ter visto outros filmes para entender a história de “Adão Negro” (embora seja interessante).
Além disso, o fato de Adão Negro não ser um herói propriamente dito, o livra de amarras éticas e permite que a personagem explore todos os poderes recebidos.
The Rock
Ao longo do filme todos aqueles que se opõem a Adão Negro são eliminados com raios, arremessados, explodidos, desintegrados. Esse comportamento acima do bem e do mal, é a causa do encontro com a Sociedade da Justiça, que leva o expectador a descobrir, enfim, a “necessidade” de deter Adão Negro e a conhecer os pormenores originários dos poderes.
Amanda Waller (Viola Davis) também aparece, claro, para manipular o jogo como de praxe. No meio do filme, ela conversa com Gavião Negro para saber quais são os recursos incumbidos da prisão do protagonista. A cena lembra o famigerado “Esquadrão Suicida”.
Superman visita Kahndaq
Até aí, Waller me pareceu desnecessária (porque gastar tempo de Viola Davis com isso?), mas no fim do filme ela retorna com um recado direto a Adão Negro e surge um pós-crédito que empolgou os fãs: Superman visita Kahndaq.
Isso abre um bom precedente para que haja outras produções e para que novos personagens sejam introduzidos no universo cinematográfico, fórmula de absoluto sucesso utilizada pela Marvel há anos e que a DC parece estar aprendendo a usar.
O filme está longe de ser brilhante, principalmente por causa do andamento, que às vezes deixa algumas pontas soltas. Todavia, funciona bem apresentando um personagem que não é bom nem mau, mas extremamente poderoso.
DC
Adão Negro não é o melhor filme de super-herói. Não é nem o melhor filme de super-herói da DC. Contudo, ao mostrar a origem do personagem consegue colocar alguém em pé de igualdade com o Superman, o que é bastante provocador.
Apesar do longa, dirigido por Jaume Collet-Serra, errar em alguns momentos de humor, ser um pouco cansativo e falhar em discutir a mitologia da DC, vale o ingresso por puro entretenimento. Estou com os fãs, o filme é bom e nós merecemos ver mais Adão Negro nas telonas.
Onde assistir
“Adão Negro” está em cartaz nos cinemas.
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