Sossego e diversão para toda família, mesa farta e prontinha nos horários da refeição, ambiente amplo e acolhedor, de preferência com bela paisagem em volta.
Provavelmente sejam essas as razões que levam muitas famílias a hotéis e resorts que oferecem o sistema all inclusive. Visitando o resort Aguativa, em Cornélio Procópio, no norte do Paraná, no feriado de Tiradentes, Pitangas procurou saber o que está por trás daquelas mesas fartas e apetitosas montadas cuidadosamente em cada uma das refeições: do café da manhã ao jantar.
Quem nos explicou como é pensada toda a gastronomia do Aguativa foi seu diretor de operações, Wagner Pires. Primeiro, ele nos falou da missão do resort, que é a de proporcionar boas experiências com as melhores características de um hotel de campo.
A partir dessa definição, todo o planejamento do hotel, incluindo a gastronomia, é pensado sob quatro pilares: a natureza, o entretenimento, a gastronomia e a hospitalidade.
“Queremos que o hóspede vivencie boas experiências, que tenha contato com a natureza que aqui é muito bem cuidada, que desfrute dela com sua família. Em seguida, propomos que ele se divirta sem ficar preso ao celular, que ele se desconecte. Daí, então, pensamos numa gastronomia que contemple tudo isso: a natureza, a família, a descontração num ambiente seguro e confortável, oferecido pela nossa hospitalidade”, explicou.
Dentro dessa estrutura maior, a gastronomia é planejada de maneira a oferecer uma experiência única a cada visita do hóspede. O hotel trabalha com tematização no almoço, propondo uma viagem pelo Brasil; e, no jantar, propondo uma viagem pelo mundo, através de jantares temáticos como o italiano e o asiático, entre outros. Além disso planeja cuidadosamente as festas típicas como a Páscoa e o Natal, organizando uma programação especial com comidas e guloseimas próprias. Durante todo o mês de abril deste ano, foi comemorada a Páscoa, com caça aos ovos, encenação teatral e grande almoço de festa em todos os domingos do mês, com muitos chocolates em forma de ovos, coelhos, cenouras, brigadeiros, tortas e pirulitos.
Segundo Pires, o calendário anual dos restaurantes complementa a programação das demais atrações, que visam proporcionar experiências que possam ser vivenciadas por toda a família. “A caça aos ovos, por exemplo, não é feita só para as crianças e sim para toda a família, para que todos se envolvam.”
Os cardápios preparados para dar conta dessa programação são elaborados e preparados por uma equipe de 63 pessoas, que servem diariamente cerca de 650 refeições no café, almoço e jantar.
No café são oferecidos frutas, sucos, iogurtes, cereais, pães doces e salgados, frios, ovos, panquecas, mel, geleias, manteiga, café, leite, chá, tapiocas… enfim, tudo o que compõe um café da manhã à moda brasileira. A variação ocorre com as frutas da estação e as guloseimas das datas comemorativas.
Nos almoços temáticos, que propõem a viagem pelo Brasil, o resort oferece a comida de boteco, que remete à comida paulista, o churrasco, que remete à Região Sul, o Sabores do Sertão, com pratos das Regiões Norte e Nordeste, o Sabores do Paraná, com o tradicional barreado e a banana assada e comida brasileira, que reúne um pouco dos pratos mais apreciados no Brasil. Pires explica que como o almoço faz parte de uma programação maior, no dia do churrasco, por exemplo, as costelas começam a ser assadas logo cedo, num enorme fogo de chão em frente ao restaurante, criando um ambiente sulino que os hóspedes curtem, tiram fotos e ficam ali para beliscar os primeiros pedaços. No entretenimento do dia, tem moda de viola, com músicas que também remetem ao Sul. Nenhum cardápio está desligado da programação de entretenimento.
Os jantares mais apreciados pelo público são o português, o italiano, o americano e o asiático. Além desses, o resort oferece alguns eventos especiais, como a virada cultural em agosto, com diversas atrações, as degustações de vinhos, cervejas e drinks, feitas em parcerias com empresários, fabricantes locais e someliers.
Os ingredientes utilizados no preparo das refeições, são da própria região, como também a maior parte da mão de obra que ali trabalha. Nem sempre é fácil encontrar profissionais preparados para dar conta da cozinha, a região oferece poucos cursos na área e, por isso, o próprio Aguativa tem o seu programa de formação permanente e traz pessoas de fora para capacitar seus funcionários. A maior dificuldade, segundo Pires, é a de encontrar bons confeiteiros.
Além da mão de obra especializada, Pires apontou outras dificuldades para montar o cardápio. “A cozinha francesa, por exemplo, ainda não conseguimos implantar, pois temos que escolher pratos que fiquem bem apresentados no sistema buffet e que não agridam os quatro pilares estabelecidos”, relatou.
O jeito é fazer pesquisas e formação permanentemente. Além dos almoços e jantares temáticos citados, o resort organiza oficina de pães e de hambúrgueres, noite de queijos e vinhos, manhãs de drinks com chocolates. Para isso trazem chefes de fora, mestres cervejeiros, artistas. A expectativa da direção, segundo ele é a de que o hóspede experimente de tudo, e quando voltar, que seja mais uma vez surpreendido com novas experiências.
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