A rota criminosa do ouro. Com este título e estampando uma foto terrível na capa, mais terrível ainda por ser colorida, ressaltando detalhes do corpo humano, a revista ISTOÉ desta semana, em reportagem de Thales de Menezes, não deixa por menos:
– Crimes na Amazônia/O OURO FORA DA LEI.
Quadrilhas que reúnem políticos, empresários, agentes públicos e facções do crime organizado levaram 229 toneladas de ouro extraído de terras indígenas entre 2016 e 2020. No último ano e meio, mais 47 toneladas foram embora. Com 20 mil garimpeiros em Roraima, o roubo disparou no governo de Bolsonaro, que incentivou a invasão. O que significa US$ 8,2 bilhões roubados do Brasil.
A maior parte dessa riqueza foi enviada ao exterior pelo aeroporto de Guarulhos (SP) e comercializada no Canadá, Reino Unido e Itália.
E a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, compartilha a necessidade de uma solução definitiva e global para o problema:
– É urgente uma ação concreta para acabar com esse tipo de prática e devolver a dignidade das pessoas, bem como a proteção dos rios e florestas, pelo bem da humanidade.
Ainda da reportagem:
– Segundo um especialista em monitorar a atividade criminosa ouvido pela ISTOÉ, as quadrilhas devem ser “punidas” pelo próprio mercado, com um faturamento menor. Ao contrário de 2021, com recordes históricos, o ano passado viu cair o preço do ouro nas negociações mundiais. E os garimpeiros no Brasil ainda tiveram de enfrentar uma grande alta no preço do diesel. Alguns garimpos grandes chegaram a gastar R$ 150 mil por mês em diesel, que põe em ação o maquinário pesado da extração.
E a revista registra ainda que colaboraram na apuração de fatos Dyepeson Martins, Denise Mirás, Ana Mosquera e Carlos Eduardo Fraga, estagiário sob supervisão de Thales de Menezes.
PS: uma boa prática do jornalismo plural – em todos os sentidos.
Sobre o/a autor/a
Pancho
Francisco Camargo, o Pancho, é jornalista. Passou pela chefia das maiores redações do Paraná. É autor das tirinhas Rollmops e Catchup.