Para a revista Carta Capital, que pratica o jornalismo plural, “o triunfo de Lula é a volta por cima, uma vitória dramática, com muitos desafios pela frente, mas o Brasil tem a chance de sair do transe e o mundo respira aliviado”. Ainda da revista: “Freud explica: o golpe rodoviário perde a força e os aliados pulam do barco, enquanto Bolsonaro deita por terra o capital político de 58 milhões de votos ao estimular a contestação das urnas e brindar o país com um discurso rancoroso e pedestre”.
E o Papai Noel?
Conversa de duas pessoas num certo bar de Curitiba:
– É dezembro. Vamos comemorar.
– Pena que eu cresci e deixei de acreditar em Papai Noel…
– E eu voltei a acreditar que o bom velhinho existe. E até ganhei um presentão antecipado.
– Ué, acertou na loteria?
– Não, algo melhor, muito melhor, já que não é só pra mim. Votei apostando na volta do Lula à presidência da República.
– Ah, tá explicado… A propósito, será que o Papa Francisco virá para a posse?
– O Papa comunista? É aguarda para ver. Não depende do Vaticano, mas do PC…
Ritual da democracia
E, para valorizar ainda mais o presentão de fim de ano, antes de tomar posse o presidente eleito terá a diplomação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). É a cerimônia, um presente também, em que a Justiça Eleitoral atesta que o candidato foi efetivamente eleito e está apto a tomar posse. Assinado pelo presidente do Tribunal, o documento será entregue a Lula antes do Natal, no dia 19 de dezembro. Já a posse, que marca o início do mandado político, acontecerá no dia 1º de janeiro, em Brasília.
– Que legal, um presente atrás do outro…
Mandato com acréscimo
O presidente eleito (pela terceira vez) terá um mandato um pouquinho mais longo do que o tradicional: 4 anos e 5 dias. O mandato irá até 2027 e seu sucessor não irá mais assumir na data do Ano Novo, mas sim no dia 5 de janeiro de 2027. A alteração da data de posse foi aprovada pelo Congresso Nacional em 2021, por conta da Emenda Constitucional 111, para que “autoridades estrangeiras possam comparecer à cerimônia”. A medida entrará em vigor a partir do pleito de 2026.
Bolsonaro devolverá a faixa?
O presidente passará a faixa a seu sucessor? Segundo o jornal O Estado de São Paulo, a próxima primeira-dama, Rosângela Janja da Silva, “quer organizar uma cerimônia simbólica e fora dos protocolos no próximo 1º de janeiro – e não conta com a presença de Bolsonaro. A ideia da socióloga é que pessoas comuns, sem cargos, entreguem a faixa presidencial para Lula no Parlatório do Planalto”.
Afinal, o presidente da gripezinha e das carreatas deve achar que sofreu apenas uma derrotazinha…