Ele já vai tarde – mas deixa uma herança terrível 

Há quem ainda se surpreenda com o desgoverno Bolsonaro – e não só pela tal gripezinha, mas, também, por trambique$ e outra$ mutreta$

O outro lado da desgraça que assolou o país e, felizmente, chegou ao fim. Um exemplo: na edição de 25 de maio do ano passado, a revista ISTOÉ denunciava o que batizou de as farras secretas

– O festival de gastos ilegais em emendas por parlamentares comprados para reeleger Bolsonaro levou a um escândalo que lembra os anões do Congresso. Mostra sabotagem sistemática do uso correto do dinheiro público por meio do orçamento secreto visando a obras superfaturadas. É a esbórnia com recursos da União. Esbórnia vem a ser festa ou encontro festivo em que predominam o hedonismo e o desregramento; farra, pândega. 

Já na edição 2756, de 23 de novembro de 2022, denunciava “os autoritários do bolsonarismo combalido, combalido, mas longe de morto e muito menos enterrado”. E aí avançamos no tempo: a revista Carta Capital desta semana traz apenas duas chamadas na capa. Uma profundamente lamentável, a morte de um grande brasileiro: PeléRei do futebol, no Brasil e no mundo, único e insubstituível; e Lula com a faixa presidencial – Lula, terceiro atona posse, o presidente promete combater a desigualdade em todas as suas dimensões. É a fala de um estadista, ressalta arevista.  

O que vem a ser uma pessoa maquiavélica? 

– Pessoa em que predomina a astúcia, a má-fé e o oportunismo. Pérfido, ardiloso, velhaco. Segundo Nicolau Maquiavel (1469-1527), “a primeira impressão que se tem de um governante e da sua inteligência é dada pelos homens que o cercam”.   

Alguns registros da imprensa, não desmentidos por ele e sua turma:  

NÃO. O DESEJO PELO GOLPE NÃO PASSOU

Investigações oficiais já encontraram provas de financiamento empresarial (em grupo ou individual) de atos antidemocráticos, bem como organizações criminosas, com milhares de membros reunidos em redes sociais, em permanente planejamento de ruptura institucional – e pouco me importa a precariedade e improvisação dos devaneios golpistas. É fato, portanto, que o movimento extremista não terminou. (…) 

Como é mesmo a frase atribuída ao irlandês John Philpot (1750-1817)? “O preço da liberdade é a eterna vigilância”. Olhar aguçado e voz estridente até, no mínimo, o primeiro do dia 2 de janeiro de 2023, serão as armas dos democratas contra os autoritários do bolsonarismo combalido, mas longe de morto e muito menos enterrado. 

(Trecho do texto de autoria do colunista Ricardo Kertzman, na ISTOÉ, edição 2756, 23 de novembro do ano passado). 

Da mesma edição da revista: breve trecho do artigo de Germano Oliveira, diretor de redação da ISTOÉ: título – Bolsonaro abdicou

– Já faz quase um mês que Bolsonaro submergiu. Não sai mais do sombrio Palácio da Alvorada, não vai ao cercadinho destilar suas asneiras e abandonou definitivamente o Palácio do Planalto, deixando uma imensa herança maldita e assumiu a condição de pária internacional, que lhe garantiu o troféu de o pior presidente da história. Se tiver medo de sair preso, pode ir morar no exterior. Afinal, os filhos já têm cidadania italiana.  

Em edição anterior, de maio de 2022, a revista já tinha denunciado As farras secretas – “O festival de gastos ilegais em emendas por parlamentares comprados para reeleger Bolsonaro levou a um escândalo que lembra os anões do Congresso. Mostra sabotagem sistemática do uso correto do dinheiro público por meio do orçamento secreto visando a obras superfaturadas. É uma esbórnia com recursos da União – título do editorial: Ali Babá e os 400 ladrões do orçamento”. Na ilustração, o presidente todo sorridente com 7 seguidores formando uma fila – com a pergunta: e a punição dessa falange de malfeitores quando virá? Talvez nas urnas. Pelo bem do Brasil

Um feliz reencontro 

E a revista Carta Capital desta semana, em texto de Mino Carta, não deixa por menos: A posse do líder – a fuga de Bolsonaro propicia o feliz encontro de Lula com o seu povo. Lula inicia seu terceiro governo buscando se livrar do entulho bolsonarista.  Entulho, como se sabe, significa quantidade de fragmentos (restos de tijolo, caliça, madeira etc.) que resultam de uma construção. 

Na capa, foto de Lula com a faixa presidencial, braços abertos, e o título em caixa alta: LULA, TERCEIRO ATO. 

– Na posse, o presidente promete combater a desigualdade em todas as suas dimensões. É a fala de um estadista.  

E temos compiladas as 10 frases mais horrendas de Jair Bolsonaro. “Seu caráter racista, a homofóbico, e antioperário e pró-tortura transbordam em declarações que se acumulam ao longo dos anos e demonstram quem ele é”. 

Outro registro da Carta Capital: o jornal francês La Nouvelle République escreve, em manchete: “Mau perdedor, Jair Bolsonaro deixa o país” e lembra que essa é uma situação “inédita” em 35 anos. “É certo que os dois não passarão as férias juntos”, ironiza o diário.  

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