Por conta de lamentáveis episódios, ainda herança do bolsonarismo, o 15 de novembro, proclamação da República, merece atenção especial. E temos, por conta do jornalismo de fato plural, a revista Aventuras na História, de leitura altamente recomendável.
Na edição número 233, já nas bancas, Izabel Duva Rapoport, editora da revista, no editorial da publicação é definitiva:
– Quando a democracia surgiu, há mais de 2 mil anos, em Atenas, não era exatamente bem aceita. Pelo contrário, filósofos gregos como Platão e Aristóteles acreditavam que, nas mãos do povo, uma cidade certamente viraria um caos. Mesmo assim, a democracia se tornou o regime de governo da maioria do planeta. Mais do que isso: se transformou num valor mundial – ainda que esteja, pelo menos em terras brasileiras, sempre em estado de crise. E não poderia ser diferente. Afinal, como praticá-las num país tão desigual como o nosso? É sabido que a posição social por aqui dá mais voz a uns que a outros, distorcendo, obviamente, a base da democracia, que é a liberdade política de direito (e condições para isso) a todos os cidadãos.
Caminho a seguir e construir
E, ainda do texto mais do que brilhante, posto que sempre certeiro, Izabel Duva Rapoport destaca:
– A boa notícia é que outro elemento fundamental da democracia tem aparecido cada vez mais nos debates: a possibilidade de mudança, trazendo sentido às lutas do povo brasileiro pela prática real e pelo respeito à democracia ao longo da nossa história. Ainda temos – e provavelmente sempre teremos – um longo caminho a seguir e construir.
Ainda do editorial, algo que, certamente, muita gente não sabia:
– Quando a democracia surgiu, há mais de 2 mil anos em Atenas, não era exatamente bem aceita. Pelo contrário, filósofos gregos como Platão e Aristóteles acreditavam que, nas mãos do povo, uma cidade certamente viraria um caos.
Mais do que um feriadão
Como se sabe, embora exista quem considere tão somente mais um feriadão pra curtir longe do trabalho, a Proclamação da República ocorreu no dia 15 de novembro de 1889. Nessa data histórica, a Monarquia chegou ao fim e a Era Republicana teve início, instaurando o regime presidencialista. O primeiro presidente do país foi o marechal Deodoro da Fonseca.
E a família imperial seguiu para o exílio em Portugal, Espanha, França, Áustria-Hungria. Embarcaram no vapor Sergipe Pedro II, Teresa Cristina, Isabel, Gastão, Pedro de Alcântara, Luís Maria, Antônio Gastão e Pedro Augusto.
Os brasileiros, ou brasileiro$$, tinham interesse na manutenção do Reino Unido por razões econômicas. Como o Brasil era mais rico do que Portugal, a continuidade do Reino Unido facilitaria o acesso dos produtos brasileiros aos mercados europeus sem a intermediação do antigo monopólio português. E o primeiro presidente da República foi Deodoro da Fonseca, eleito no dia 26 de fevereiro de 1891.
– Eu sempre posso escolher, mas devo saber que, se não escolher, ainda estou escolhendo.
Jean-Paul Sartre
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