TSE cassa mandato de deputado de Deltan por unanimidade

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) impôs na noite desta terça-feira (16) uma dura derrota à bancada da Lava Jato no Congresso. Por unanimidade, os ministros cassaram o mandato de Deltan Dallagnol (Podemos), eleito deputado federal em outubro do ano passado. Deltan ainda pode recorrer do Supremo Tribunal Federal, mas o placar de 7×0 dificilmente prenuncia uma mudança no julgamento – até porque há três ministros do Supremo que participam do TSE.

Deltan, deputado federal mais votado do Paraná em 2022, entrou para a política partidária depois de se exonerar do Ministério Público Federal, onde comandou por sete anos a Força-Tarefa da Lava Jato. Sua eleição fazia parte de um plano do grupo da Lava Jato de participar do Congresso para pressionar por medidas defendidas por eles na operação. Além de Deltan, o ex-juiz Sergio Moro (União) se elegeu senador pelo Paraná, e sua esposa, Rosângela Moro (União), conseguiu um mandato de deputada federal por São Paulo.

A ação de inelegibilidade partiu da federação liderada pelo PT, com o argumento de que Deltan não tinha ficha limpa. O procurador, ao pedir exoneração, respondia a procedimentos internos no Ministério Público – o que configura um desrespeito à lei eleitoral. Com a decisão, a cassação de Deltan é imediata, a não ser que ele consiga um efeito suspensivo.

Deltan se pronunciou sobre a cassação por meio de sua assessoria. “344.917 mil vozes paranaenses e de milhões de brasileiros foram caladas nesta noite com uma única canetada, ao arrepio da lei e da Justiça. Meu sentimento é de indignação com a vingança sem precedentes que está em curso no Brasil contra os agentes da lei que ousaram combater a corrupção. Mas nenhum obstáculo vai me impedir de continuar a lutar pelo meu propósito de vida de servir a Deus e ao povo brasileiro.”

Imediatamente, Sergio Moro foi às redes sociais lamentar a cassação do amigo – um procurador que durante toda a Lava Jato jogou em dobradinha com ele, conforme revelaram as mensagens divulgadas pela Vaza Jato – uma investigação jornalística comandada pelo site The Intercept Brasil.

Além de perder o mandato de Deltan, o Podemos também perdeu a vaga – sem seus 344 mil votos, o partido não consegue ter direito a um suplente. Quem assume a cadeira é Pastor Itamar (PL), um bolsonarista ligado à Igreja do Evangelho Quadrangular.

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