Renato Freitas pede a cassação de Traiano por quebra de decoro parlamentar

Presidente da Assembleia Legislativa do Paraná admitiu ter recebido R$ 100 mil em propina para renovar contrato da TV Icaraí, de Joel Malucelli

O deputado estadual Renato Freitas (PT) entrou nesta sexta-feira (9) com um pedido de cassação do mandato do presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Ademar Traiano (PSD). O caso foi levado ao Conselho de Ética, órgão responsável por analisar possíveis casos de quebra de decoro parlamentar. É o primeiro pedido do gênero contra Traiano desde que, na última semana, veio à tona que o deputado confessou ter recebido R$ 100 mil em propina.

A denúncia feita ao Conselho de Ética é mais um passo na já longa disputa entre os dois deputados. Traiano já pediu abertura de dois procedimentos disciplinares contra Renato. No primeiro, que investigava discussões exaltadas entre o petista e o deputado de ultradireita Ricardo Arruda (PL), a decisão foi pelo arquivamento. O segundo caso deve ter o relatório votado na segunda-feira (12), mas o voto do relator, Matheus Vermelho (PP), pede uma advertência apenas contra Renato.

O caso que levou à segunda denúncia contra Renato foi um embate em plenário. Traiano cortou o microfone de Renato após uma discussão e o petista respondeu dizendo que Traiano era corrupto. O presidente da Assembleia pediu a cassação do mandato do petista, mas nas alegações finais Renato virou o jogo ao trazer à tona um processo em sigilo de justiça no qual Traiano admite ter cobrado suborno para renovar o contrato da TV Icaraí, de Joel Malucelli, com a Assembleia.

Quebra de decoro

No pedido apresentado por Renato Freitas ao Conselho de Ética, o deputado alega que Traiano infringiu as regras básicas da ética e que não tem mais condições de exercer o mandato. O processo, porém, só deverá ser distribuído para um relator no início do próximo ano legislativo, assim como seis outros que esperam na fila do Conselho de Ética.

Na última sessão do Conselho, nesta semana, o presidente do órgão, Delegado Jacovós (PL), afirmou que, caso desse início às investigações agora, estaria apenas condenando os processos a terminarem por extrapolação de prazo, uma vez que a Assembleia entra em recesso nesta quarta e só volta aos trabalho em fevereiro. Pelo regimento, processos de quebra de decoro precisam ser instruídos e julgados no máximo em 60 dias.

Na fila de denúncias disciplinares há mais dois processos contra Renato Freitas e mais um contra Ademar Traiano.

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