Moro comemora dez anos da Lava Jato com texto melancólico e ressentido

Texto diz que "sanha" dos corruptos acabou com operação e mostra rancor contra a Vaza Jato

O ex-juiz, ex-ministro, ex-presidenciável e futuro ex-senador Sergio Moro (União) comemorou nesta semana os dez anos da falecida Lava Jato com um texto, no mínimo, melancólico. Sua coluna na Gazeta do Povo apareceu com um tom de ressentimento e desilusão, embora disfarçado com a reminiscência de antigas glórias.

Moro faz um balanço de seu ponto de vista da operação como um todo. Enumera as prisões, o dinheiro recuperado, as condenações. Mas logo tudo isso é obliterado no texto pela tristeza do (ainda) senador. É visível o inconformismo dele com a reversão de tudo que ele e seus amigos no Ministério Público haviam feito entre 2024 e 2018.

A “sanha” das instituições em reverter sentenças e anular abusos é narrada com um viés político. Tudo é culpa dos corruptos que, instalados no sistema, aboletados no “mecanismo”, usaram suas forças para combater os probos homens da Lava Jato.

O maior rancor parece se voltar contra a Vaza Jato, a série de reportagens iniciada pelo Intercept Brasil e que teve a adesão de diversos outros veículos. Para Moro, uma operação “criminosa” que criou uma “falsa narrativa” de conluio entre o juiz e os procuradores do caso.

Ao fim, Moro diz que é preciso ter a “interpretação correta” do fim da Lava Jato, pois só assim será possível retomar a luta contra a corrupção. Aliás, a palavra “corrupção”, sempre a favorita dele, aparece 16 vezes no breve texto.

Mas não há como esconder que ele sabe que perdeu. E que deve perder mais uma no mês que vem quando deve ter seu mandato cassado por abuso de poder econômico.

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