Greca silencia sobre morte de Mateus e sobre tiros da Guarda Municipal

A truculência da Guarda Municipal de Curitiba fica a cada dia mais evidente

Domingo à noite um jovem foi morto depois que a Guarda Municipal saiu atirando pelo Largo da Ordem. Ele morreu com um tiro pelas costas. Passou-se a segunda. Estamos na terça. Quem procurar nas redes sociais do prefeito ou da prefeitura vai achar que nada aconteceu. Não há uma palavra de explicação, nenhuma nota de pesar, nenhum pedido de desculpas.

Nesse meio tempo, Rafael Greca teve tempo por exemplo para conhecer o pessoal que produz pastéis em formato de capivara, por exemplo. Isso sim o prefeito considerou digno de ser compartilhado com seus seguidores. Um exemplo de incentivo ao empreendedorismo, claro.

O garoto Mateus Noga, morto com uma bala de calibre 12, aparentemente, não mereceu a mesma deferência. Seu corpo no Largo da Ordem, que o prefeito tanto canta, que foi aliás a origem de sua atuação política, com a festa de São Francisco, passou em branco.

A truculência da Guarda Municipal de Curitiba fica a cada dia mais evidente. Há pouco mais de um mês, guardas jogaram no chão um vereador negro que não estava colocando ninguém em risco. Subiram em suas costas. Algemaram. Arrastaram. De novo, silêncio do prefeito, silêncio da Câmara.

Imagine Mateus, que não era vereador. Que era só um garoto. A guarda alega, aparentemente, que alguém jogou garrafas. É essa a instrução que os guardas recebem? Se alguém joga uma garrafa, que deem tiro pra todo lado?

Não foram usadas balas de borracha? Cadê o treinamento para enfrentar a situação sem atirar? E o que estão esperando para admitir que tem alguma coisa errada com essa violência desproporcional? Além de Mateus, foram mais duas vítimas feridas. Pelo amor de nossa cidadania, isso não pode acontecer.

O prefeito Rafael Greca tem gosto em dizer que nossa cidade é exemplar, que é europeia. Imagina se isso acontecesse em Oslo? Cidade exemplar não é aquela que joga seus problemas para baixo do tapete, Cidade exemplar é a que não tolera que seus cidadãos sejam mortos impunemente.

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