Quais são as necessidades educacionais da Geração Z num mundo pós-pandemia?

Por meio de sua habilidade tecnológica e seu celular ou tablets em mãos, tudo o que lhes for apresentado, em segundos, será colocado em prova

Após 18 meses sem fazer viagens internacionais, embarquei rumo ao México duas semanas atrás. Fui a convite da maior convenção de boarding schools dos Estados Unidos, que reuniu os principais consultores educacionais e acadêmicos da América Latina, Coréia do Sul, Europa e Estados Unidos. O meu objetivo era dar uma palestra sobre o nosso sistema de ensino, explicar como os brasileiros trazem diversidade às instituições estrangeiras e falar sobre a importância da educação internacional como forma de preparação do aluno para as carreiras do futuro.

Em meio a um turbilhão de trocas de contatos, seminários sobre a diversidade educacional de cada país e a expectativa do pós-pandemia, uma palestra me chamou atenção: Estamos preparados para como a Geração Z vai lidar com momento pós-pandêmico?

Antes de mais nada, você sabe a qual geração pertence? Eu sou um verdadeiro Millenial, nascido entre 1981 e 1996, e filho de Baby Boomers, nascidos entre 1946 e 1964. Se você é da mesma geração que a minha, sua relação com a tecnologia era a seguinte: televisão a cores com poucos canais, vídeo game Atari – alguns com o  Mega Drive e depois o Play Station-, e, muito provavelmente, você fazia seus trabalhos de escola usando cartolina e pesquisando na Enciclopédia Barsa. Ou indo à biblioteca da sua escola, ou à pública de sua cidade.

Os Millenials passaram por uma mudança tecnológica tremenda. Vivenciamos o início dos computadores individuais, a expansão da internet, a criação dos celulares e das redes sociais. Somos o início dos nativos digitais, nos adaptamos a todas essas mudanças tecnológicas. Por isso, o computador e o celular significam muito para nós.

No entanto, não para geração Z. Nascidos entre 1997 e 2012, os “Zs” não dão tanto peso ou valor ao celular, por exemplo. Para eles, é apenas um dispositivo com o qual eles se conectam com o mundo. A importância para eles é estar conectado. Tudo para eles é muito visual, de acesso e resposta instantânea.

Lidar com o poder decisório e a rapidez de interação, que hoje se vê na Geração Z, são pontos que desafiam educadores, escolas e famílias em todo o mundo. É uma necessidade de adaptação global. Tal condição muda toda a perspectiva educacional junto a esta geração. Eles nasceram detetives. Por meio de sua habilidade tecnológica e seu celular ou tablets em mãos, tudo o que lhes for apresentado, em segundos, será colocado em prova. Tal habilidade em conjunto com a sua extensiva rede social, torna-os mais suscetíveis a acreditar em verdadeiros consumidores ou usuários de algo, e menos em celebridades.

Tida também como a geração mais inclusiva dos últimos tempos, em termos de gênero e opção sexual, os “Zs” são muito mais conscientes quanto ao que lhes rodeia:  pessoas, questões relacionadas ao meio ambiente e suas responsabilidades com o futuro do planeta. No entanto, não se engane, a Geração Z é também a que vive a maior disparidade econômica das últimas décadas, com o maior nível de desemprego mundial e, por consequência, eles estão entre os mais afetados pelo estresse e pela pressão da insegurança, quanto ao futuro político e econômico.

Desta forma, como realmente conectar com esses jovens, que já fazem parte da transformação do mundo? Mantenham suas redes sociais em dia. Isso fará toda diferença no engajamento deles. Segundo a TBSAA Convetion (The Boarding School of America), estar com seu site “user friendly” sempre atualizado, assim como suas redes sociais, faz com que eles confiem mais em você. Além disso, seja autêntico. Lembre-se, eles têm o poder na mão: com poucos cliques verificarão a veracidade do que mostra ou aparenta ser. Use novas redes sociais. Sim, eu sei, é desafiador, mas faz toda diferença, uma vez que a forma como eles se comunica mais livremente é por meio de suas redes.

E o mais importante: imagens falam mais que mil palavras. Vídeos são o Rei para essa geração, que assimila tudo de uma forma mais rápida. E se prepare, a Geração Alpha está chegando. A primeira geração inteira a nascer no século XXI será a mais tecnológica de todas, a mais educada e a mais rica.

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