O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná não deve julgar o registro de candidatura de Deltan Dallagnol (Podemos) antes das eleições do próximo domingo (2). Contestado juridicamente por adversários, o ex-chefe da força-tarefa da Lava Jato só terá seu processo encerrado depois da revelação do resultado da votação.
Deltan teve sua candidatura impugnada pela federação Brasil da Esperança, que reúne PT, PV e PCdoB. Segundo os partidos, Deltan está inelegível por ter pedido exoneração na pendência de processos disciplinares que poderiam levar a sua demissão, além de ter sido condenado pelo TCU pelo emprego ilegal de verbas de diárias enquanto chefiava a Lava Jato.
No entanto, com uma carga grande de casos para julgar, o TRE não deu conta de incluir o processo na pauta até agora. No entanto, o registro de candidatura continua pendente até o julgamento. Ou seja: caso Deltan venha a se eleger, só poderá tomar posse caso o tribunal considere que não havia motivo de inelegibilidade.
A situação do ex-procurador já foi mais difícil. Até a semana passada, Deltan tinha contra si uma condenação no Tribunal de Contas da União em função de gastos considerados irregulares na época em que coordenou a Lava Jato. O tribunal havia considerado que a decisão de formar uma força-tarefa, ao invés de usar outros formatos mais baratos, causou custos desnecessários ao erário.
No entanto, no último dia 19, um juiz suspendeu a condenação, que seria outro motivo possível para considerar Dallagnol inelegível. Esse caso também continuará sendo apreciado depois das eleições.