A Câmara de Curitiba aprovou a concessão de título de cidadania honorário para o astrólogo e autointitulado filósofo Olavo de Carvalho na manhã desta terça-feira (4). Embora o projeto tenha conseguido apenas oito votos favoráveis, foi o suficiente, uma vez que só é necessária a maioria simples – e apenas sete vereadores votaram contra. Outros sete se abstiveram e os demais não votaram.
A proposta partiu do vereador Éder Borges (PP), um extremista que começou a carreira no MBL e que já chegou a ser condenado por propagação de notícias falsas. Além dele, votaram a favor da proposta vereadores ligados à bancada evangélica e à bancada da bala. Por outro lado, vários vereadores se indignaram com a concessão da honraria.
Olavo de Carvalho, já falecido, ficou famoso por cursos em que abordava assuntos filosóficos e políticos de um ponto de vista radical. Embora jamais tenha sido levado a sério pela academia e pelos autores de prestígio da Filosofia e da Ciência Política, conseguiu influenciar muita gente com um pensamento simplificador e pouco preocupado com a realidade.
Na sessão desta terça, o vereador Dalton Borba (PDT), por exemplo, chegou a dizer que Olavo foi responsável por “proferir algumas das mais abomináveis excrescências que já saíram da boca de um homem”. Professora Josete (PT) lembrou frases absurdas de Carvalho, que revelam claramente sua homofobia e sua falta de contato com a realidade.
Em suas aulas e vídeos, Olavo defendeu teses bizarras, segundo as quais a Pepsi usava células de fetos humanos abortados para adoçar refrigerantes e as músicas dos Beatles teriam sido escritas pelo filósofo Theodor Adorno, por exemplo. Além disso, foi um negacionista ferrenho da Covid, que dizia não existir.
Votaram a favor da proposta:
Beto Moraes (PSD)
Eder Borges (PP)
Indiara Barbosa (Novo)
Osias Moraes (Republicanos)
Pastor Marciano Alves (SD)
Rodrigo Braga Reis (União)
Sargento Tânia Guerreiro (União)
Zezinho do Sabará (União)
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