História e números por trás do sucesso Super Bowl

A principal liga de futebol americano dos Estados Unidos, NFL, é uma das organizações mais bem sucedidas em termos de negócios do mundo. Com um plano de renovação de jogadores, distribuição igualitária dos recursos e teto de gastos por equipe, além de todo aparato midiático, a consolidação da marca e expansão da marca são meras consequências.

Tanto que a grande final da competição, o Super Bowl, é um dos eventos mais valiosos do globo. Mas como uma final de campeonato consegue ter mais de 100 milhões de espectadores só dentro dos Estados Unidos e cerca de outro 50 milhões fora das terras do Tio Sam? Transformando o evento em algo muito maior do que um simples jogo.

Mas essa ideia não surgiu ao acaso. Do primeiro Super Bowl, em 1967, até o início dos anos 90, os shows eram feitos por bandas marciais ou de menor expressão do cenário musical, o que não gerava interesse do grande público. Percebendo esse espaço no evento, as emissoras concorrentes lançaram programas no mesmo horário, buscando realocar os espectadores. Em 1992, a FOX colocou no ar um episódio da série Living in Color e ultrapassou os pontos de audiência do jogo, forçando os gestores da liga a repensar as estratégias.

A grande virada teve início em 1993, quando Michael Jackson performou memoravelmente para uma platéia que já estava em êxtase com o jogo entre Dallas Cowboys e Buffalo Bills. O rei do pop, em toda sua magnitude, levou ainda mais fãs ao estádio e a audiência via televisão chegou a 93 milhões de telespectadores, um acréscimo de mais de 10%  em relação ao ano anterior. Pronto, ali nascia uma união quase que sem precedentes, pois aliar um mega show a uma partida tão emocionante dá uma visibilidade nunca antes vista em eventos esportivos além de copa do mundo de futebol e olimpíadas.

E de lá para cá, o mercado para esse espetáculo só aumentou. Grandes estrelas fizeram parte, como Diana Ross, Boyz II Men, The temptations, Stevie Wonder, Aerosmith, U2, Paul McCartney, Bruce Springsteen, Madonna, Beyonce, Katy Perry e muitos outros, elevando sempre a grandiosidade do evento. Tanto na hora do show quanto para a produção, afinal de contas, todo o aparato para que as estrelas possam brilhar é montado (e desmontado) em questão de minutos.

Montagem do palco e show do intervalo Super Bowl 49

Tendo a noção do tamanho do público é de se esperar que as cifras também sejam astronômicas. O ambiente sedento por explorar conexões financeiras e arrecadar recursos maximizando a exposição de qualquer marca, levou a uma corrida tanto entre as empresas anunciantes quanto ao conteúdo desenvolvido.  A cada nova decisão de título conhecemos campanhas fantásticas e uma nova cifra astronômica.

Abaixo alguns dos dados financeiros do Super Bowl:

  • Anúncio de 30 segundos: U$ 5 milhões
  • Custo anual da CBS para transmissão dos jogos e um SB a cada 3 anos: U$ 950 milhões
  • Negócios gerados na cidade sede: U$ 343 milhões¹
  • Apostas em Las Vegas: U$ 138 milhões²
  • Apostas ilegais: U$ 4,6 bilhões³
  • Patrocínio da Pepsi para realizar o show do intervalo: U$ 7 milhões

Uma curiosidade é que mesmo com esse mar de dinheiro, os artistas que fazem o show não ganham “nada” além da exposição, o que é bastante coisa. Segundo a Forbes, as vendas de músicas do Bruno Mars duplicaram após a aparição dele no Super Bowl em 2014. Em 2018, a audiência durante o show de Justin Timberlake foi 2% maior do que o próprio jogo. O recorde pertence a Katy Perry, que alcançou mais de 120 milhões de pessoas assistindo simultaneamente (somente nos USA). A cada ano pode-se esperar algo surpreendente ao fãs.

Mas nem tudo são flores, especialmente quanto ao evento da temporada 2018. As artistas Rihanna e P!nk declinaram a participação devido a questões políticas, (pretendo explorar esse tema em um próximo post) o que é algo relativamente novo no contexto da liga. Na outra mão, Maroon 5 fará o espetáculo no dia 3 de fevereiro, no estádio Mercedes Benz, na cidade de Atlanta.

O crescimento do esporte tem sido tão intenso a ponto de 20% da população de internautas brasileiros declarar4 ser fã da NFL. Os investimentos em lojas de artigos personalizados, bares temáticos e similares têm se tornado cada vez mais comuns. Com mercado em expansão e que tende a fugir da rivalidade de torcidas do futebol tradicional, o que é um diferencial para as empresas do ramo, surge como uma oportunidade de negócio. E a capital paranaense, sendo uma das potências no esporte, tem ainda muito espaço para crescer tanto na profissionalização das equipes locais quanto nos investimentos voltados aos fãs.

1 – Valor estimado de negócios gerados na cidade de Minnesota, para a realização do Super Bowl 52, em fevereiro de 2018.
2 – Apostas realizadas sobre os resultados do Super Bowl 51, realizado em 2017 na cidade de Houston
3 – Expectativa da American Gaming Association para o Super Bowl 52
4  – Pesquisa Ibope de 2017

4 comentários em “História e números por trás do sucesso Super Bowl”

  1. Legal demais, ótimas informações! De fato o tal intervalo do Super Bowl é um espetáculo, por acaso eu vi a apresentação do Bruno Mars, na época, e foi de cair o queixo. E eu nem gosto dele.

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