É pelo amor!

Nasci em 2006, no meio de um dos governos do Lula. Cresci numa família pequena de mulheres fortes, mãe, tia e  avó. Minha avó nasceu no Maranhão e pequenininha foi com seus pais e irmãos para a nova capital, Brasília. O desejo era igual aos de muitos, melhorar a vida. Logo conseguiram trabalho e meu bisavô participou diretamente da construção da capital. Lá, vovó teve minha mãe e minha tia, minha vó teve o mesmo pensamento que o seu pai e veio para Curitiba melhorar a vida.

Vovó sempre contou sobre a ditadura e como os tempos eram sombrios, com cheiro de morte, dor e sofrimento.

Minha mãe conta sobre os caras pintadas , a hiperinflação , a fome e o impeachment do então presidente Collor.

Minhas referências são de mulheres muito fortes e de muita luta, sempre estive nas manifestações com minha mãe. Muito mais incisiva na campanha do segundo turno da Dilma e logo seu injusto impeachment, uma mulher que admiro sem limites.

Quando nasci, já vivíamos numa democracia, vovó sempre me contava sobre os direitos que foram construídos ao longo dos anos. Inclusive o voto das mulheres. Muitas se foram e sofreram todo tipo de violência para que hoje eu e você tivéssemos a liberdade e o poder de escolher nossos representantes.

Eu não tenho obrigação de votar, mas fiz questão de que quando completasse 16 anos, eu iria tirar meu título e fazer meu direito valer.

É assustador pensar que depois de tudo o que minhas ancestrais viveram, poderia se instalar de novo, em pleno século 21, um grange retrocesso. Eu nasci acreditando num país do futuro, inclusivo, de gente amistosa e acolhedora. Hoje a minha geração vê um país cheio de ódio , preconceito, mentiras…

Me sinto envergonhado…

Se tiver que contar pros meus filhos e netos , como explicar tanto ódio?

Mas não abro mão do meu direito de voto que é secreto, mas eu sempre vou optar pela comida no prato de todos , dos direitos sendo respeitados! Eu sempre vou optar pelo amor!

 

7 comentários em “É pelo amor!”

  1. Ariel, ler seu texto neste momento é realmente um presente. Talvez até um sinal. Eu escolho o AMOR, *todo santo dia*. Depois que meu filho nasceu então…. Assim que colocaram o Benício em meus braços eu disse: EU TE AMO. Era isso que eu queria que ele ouvisse em seu primeiro momento no mundo. E eu repito essa frase milhares de vezes *todo santo dia* pra ele e pra tudo que eu acredito. Me despeço no telefone com *eu te amo* com amigos e pessoas que eu desejo bem. Aprendi pela dor.
    Perdi meu pai e do poucos meses antes disse eu te amo pra ele. E dali pra frente não parei mais.

    Nem sempre as pessoas entendem. Mas eu tenho certeza que faz diferença de alguma forma. Tem coisa mais boa que ouvir EU TE AMO? TE AMO? MEU AMOR?

    Pois eu, como jornalista, vejo tantas palavras, de tão usadas, perderam o sentido. Não significar o que descreve o dicionário. Indico a leitura de “Receita para lavar palavras sujas” da Viviane Mozé.

    Amor é amor. É o melhor de mim. É a palavra que passe o tempo que for. Se use o tanto que for… não precisa lavar. Ela é e ponto. Ainda bem.

    Com amor.
    Obrigada

    J.

  2. Que lindeza Ariel, que tu siga sempre sendo essa pessoa incrível, tenho certeza que com tantas mulheres porretas como referência você segue ainda mais forte. A gente vota pelo amor <3

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