Com filiação de Moro ao Podemos, bancada paranaense no Senado para de falar sozinha

Depois que Moro deixou o governo, Alvaro, Oriovisto e Arns ficaram deslocados politicamente no Senado

Desde que Sergio Moro deixou o Ministério da Justiça do governo de Jair Bolsonaro, o trabalho da bancada paranaense no Senado perdeu o objeto. Aguerridos defensores da operação Lava Jato e construtores do lavajatismo como movimento político, Alvaro Dias, Oriovisto Guimarães e Flávio Arns ficaram desorientados quando a CPI da Lava Toga, os pedidos de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal e as dez medidas contra a corrupção deixaram de ser assuntos sérios no Senado. 

Na CPI da Covid, por exemplo, que concentrou boa parte dos esforços da Casa nos últimos meses, não se ouviu palavra dos paranaenses. 

Agora, com o anúncio da filiação de Sergio Moro ao Podemos – partido que abriga os três senadores do Paraná – a bancada está de volta ao jogo. Com um projeto político que vem sendo costurado há tempos por Alvaro Dias, Moro volta a organizar e a dar um norte para o discurso lavajatista. Em vez de velar a morte da operação, os senadores agora sustentam uma candidatura à presidência. 

A filiação do ex-juiz ao Podemos também deve deslocar a bancada para um ponto mais distante de Jair Bolsonaro. De postura independente em relação ao governo, os senadores devem, a partir de agora, intensificar ataques ao abandono da bandeira anticorrupção pelo governo Bolsonaro, ao aparelhamento das instituições de controle e à relação de compadrio com o Congresso Nacional. 

Por outro lado, os senadores trazem para o barco do Podemos a bagagem de contradições que cerca a Lava Jato. O direcionamento das investigações revelado pela série de reportagens da Vaza Jato e pelas recentes derrotas da operação nos tribunais superiores, e o projeto político do grupo evidenciado pela filiação de Moro são algumas das fragilidades de Moro que agora são abrigadas pelo partido. 

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