Sobre a colaboração do FBI na atuação da Lava Jato, há quem tenha voltado a uma velha questão: por que os Estados Unidos se sentem no papel de polícia do planeta? Tanto que a Unidade de Corrupção Internacional do FBI chegou a abrir um escritório em Miami destinado apenas a investigações de casos de corrupção na América do Sul: o Miami International Corruption Squad.
Afinal, como afirmou Charles de Gaulle, então presidente da França, “os Estados Unidos não têm amigos, têm interesses”.
Nos tempos do U-2
Antes da alta tecnologia de hoje, a espionagem do Tio Sam por pouco não provocava um conflito mundial: em 1960, o U-2, avião espião da CIA, foi abatido quando sobrevoava a União Soviética, causando uma séria crise internacional. O piloto era Francis Gary Powers (Jenkins, 17 de agosto de 1929 — Los Angeles, 1.º de agosto de 1977).
Ele foi recrutado pela CIA por causa de seu extraordinário trabalho com uma aeronave a jato com um único motor. Alçou o posto de capitão da Aeronáutica em 1956, integrando-se ao programa U-2.
O último vôo
Gary Powers morreu em um acidente de helicóptero no dia 1.º de agosto de 1977, quando voava com um modelo Bell 206 Jet Ranger. A causa apontada foi falta de combustível. A queda ocorreu próximo de Encino, Califórnia. Antes do choque, Gary Powers conseguiu desviar de uma área de lazer onde crianças estavam brincando.
A inteligência soviética, em especial a KGB, tinha conhecimento das missões do U-2 desde 1956, mas não contavam com equipamentos de defesa eficazes até 1960. O U-2 de Powers foi abatido por mísseis, no 1.º de maio de 1960, sobre Sverdlovsk. Powers não pôde ativar o mecanismo de autodestruição do avião antes de acionar seu paraquedas. Capturado e preso, foi libertado graças a um acordo entre os dois países, ele pelo espião soviético Rudolf Abel. A troca ocorreu na ponte que separava os setores Ocidental e Oriental de Berlim. De um lado, agentes da CIA; do outro, agentes da KGB.