Formigueiro, um espaço de resistência, cultura e debates

Com cultura e da Arte suaviza o debate de qual sociedade nós queremos

Eu conheci o Formigueiro quando fui numa feira agroecológica lá. Era sábado, e estava fazendo aquele frio úmido e congelante, típico de Curitiba.

Achei que não teria ninguém. Mas, ao contrário, tinha gente. E simpatia. Muito calor humano. E, claro, a feira tinha produtos ótimos: feijão preto e mulatinho, verduras, legumes, pão, mel, chips de mandioca… Além de não terem agrotóxicos, comprando ali a gente dá uma força para o pessoal que produz os alimentos.

Mas eu já me interessava pelo Formigueiro, que eu seguia no Facebook. Daí que eu fiquei sabendo da feira. Então, fiz uma entrevista com a Maiara, uma das pessoas responsáveis pelo lugar.

Foto: Bia Moraes.

Então, o espaço fez um ano agora em abril. Como foi a história de abertura do Formigueiro? O quê motivou vocês a alugarem um imóvel e fundarem um espaço colaborativo?

O Espaço nasce de uma necessidade coletiva de se ter um ambiente que dialogue com diversos segmentos progressistasda sociedades, que em determinado momento ficaram retidos a espaços meramente burocráticos. Eis que surge o Formigueiro, que através da Cultura e da Arte suaviza o debate de qual sociedade nós queremos.

Foto: Acervo/Formigueiro.

Quem administra o espaço?

O Formigueiro é administrado por um coletivo de pessoas, jovens engajados na vida política, nos movimentos sociais, artistas, estudantes, advogados…

Como é o espaço, fisicamente falando?

Tem um sala principal, onde acolhemos nossos convidados e colaboradores; na parte superior tem uma biblioteca solidária. Temos também a parte externa, uma antiga garagem ao céu aberto, que foi transformada em nosso pátio cultural, com um palco onde temos diversos tipos de atrações. Na parte de baixo da casa nós temos um Estúdio Musical, com isolamento acústico, e também nossa gráfica.

Que tipo de encontros e eventos vocês promovem?

São diversos os eventos que acontecem aqui, desde apresentações culturais, como o Samba da Resistência, exposições de fotografias, encenações de peças teatrais, até a formação política, com o CineDebate, palestras. Também tem a Feira de Produtos Orgânicos da Reforma Agrária.

Foto: Bia Moraes.

De onde vêm o dinheiro para sustentar o espaço?

O Formigueiro sobrevive de doações dos colaboradores e dos eventos que são realizados no espaço, que sempre deixam uma colaboração para a casa. E também da produção de camisetas e canecas que fazemos em nossa gráfica, tudo com a temática da Resistência.

Vocês têm planos para o futuro?

Nosso plano é fomentar a criação de Espaços Colaborativos pelo Brasil afora; já existem experiências em vários lugares e estamos criando uma rede dos Espaços.

O Formigueiro é um espaço de resistência. Como vai ser depois que a extrema-direita sair do poder?

A nossa resistência é diária, desde o dia em que viemos ao mundo. Lutamos incessantemente por justiça e por liberdade e lutaremos pelo retorno de um Governo Progressista no Brasil. Mas isso não significa o fim do nosso processo de resistência e luta pela igualdade de classes.

Foto: Bia Moraes.

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