Na semana que passou, o prefeito Rafael Greca (DEM) comemorou a assinatura de um convênio que garantiu R$ 90 milhões em subsídios para o ônibus de Curitiba. A maior parte (R$ 50 milhões) vem dos impostos da própria prefeitura; a outra parte (R$ 40 milhões) vem do governo do estado.
O objetivo é evidente: deixar a tarifa no patamar atual, de R$ 4,50, pelo maior tempo possível. Greca já anunciou que pelo menos até fevereiro do ano que vem a passagem paga pelo usuário não sobe (a tarifa técnica, ou seja, quanto os empresários recebem, continuará subindo).
Quando estava fora da prefeitura, Greca considerava esse tipo de prática execrável. Em 2012, quando disputou a eleição, disse à repórter Caroline Olinda, da Gazeta do Povo, que considerava terrível a ação do ex-prefeito Beto Richa (PSDB), que fez o mesmo – sem dinheiro do governo, apenas com subsídios da própria prefeitura.
Segundo Greca, Richa destruiu assim o sistema de transporte ao não perceber que “as coisas custam o que custam”. Segundo ele, Beto “sacrificou no altar da ambição política a qualidade de vida da cidade”.
Agora, aparentemente, mudou de ideia. Nada de novo: em 2016, quando virou prefeito, teve o apoio de Richa, o mesmo homem que ele disse ter destruído a qualidade de vida da capital.