Sr. Vândalo… (será que funciona?)

Francisco Camargo discorre sobre o vandalismo presente no dia a dia da cidade

Deu na imprensa: para presentear Curitiba pelos 326 anos e entregar um espaço de compartilhamento de experiências, a Construtora e Incorporadora Laguna inaugurou a Praça de Convivência, no Juvevê. Ela ocupa terreno da extinta Garagem Moderna – na quadra de esquina da Avenida João Gualberto com a Rua Augusto Severo e a Rua Nicolau Maeder. Com variadas opções de atividades, você pode ir à Praça de Convivência das 9 horas às 18 horas, diariamente. Segundo André Marin, diretor de incorporação da Laguna, “a praça ficará aberta ao público durante cerca de ano e meio, antes do início das obras do novo empreendimento Laguna no local”.

Entre as atividades disponíveis na praça estão uma academia ao ar livre, espaço pet, espaço kids, bike station (máquina com utensílios para ciclistas e opções de manutenção de bicicletas) e uma OPTree, “árvore” que capta energia solar, transforma em elétrica e carrega celulares. Além disso, conta com duas estações de patinetes Grin, nas calçadas de acesso à praça. E o espaço do terreno deverá receber eventos pontuais e food trucks.

Muito bom e bonito, mas, passando pelo local, o pedestre fica meio espantado com um aviso. Placas de bom tamanho estampam um apelo:

Sr. Vândalo,

o dinheiro economizado

com o não vandalismo

será doado a uma

instituição de caridade

mensalmente.

Ajude-nos a manter

essa contribuição.

Aí, o transeunte conclui: a que ponto chegamos…

Viver é perigoso (e cada vez mais)

Sobre vandalismo, há quem tenha recorrido à Wikipédia, a enciclopédia livre: “vandalismo é a ação de destruir ou danificar uma propriedade alheia de forma intencional, seja esta pública ou privada, geralmente sem motivo aparente ou com o propósito de causar ruína. O termo inclui danos à propriedade, como grafite e desfiguração direcionada a uma propriedade sem a permissão do dono”.

E quem são os vândalos? Ainda da enciclopédia livre:

“Os vândalos eram uma tribo germânica oriental que penetrou no Império Romano durante o século V, entrando na Gália, atravessando a Ibéria e conquistando o norte da África, onde criaram um Estado, estabelecendo a sua capital em Cartago, uma antiga cidade fenícia que fora ocupada pelos romanos desde o fim das Guerras Púnicas. A localização de Cartago às margens do Mediterrâneo era estratégica para os vândalos. Ali centralizaram seu Estado e, logo após se estabelecerem, saquearam Roma no ano de 455, destruindo muitas obras primas de arte que se perderam para sempre”.

Quer dizer, dos saques em Roma às pichações de hoje, sem falar da destruição de patinetes elétricos e bikes da Yellow, não há muito o que esperar de determinadas pessoas.

Como escreveu Guimarães Rosa, “viver é perigoso”. E cada vez mais.

Quem banca as bikes e patinetes é a Grow, empresa que surgiu com a fusão da brasileira Yellow com a mexicana Grin, que disponibiliza patinetes elétricos e bicicletas compartilhadas em várias cidades.

É o startup, ou seja, o ato de começar algo, normalmente relacionado com companhias e empresas que estão no início de suas atividades e que buscam explorar atividades inovadoras no mercado. Um modelo de negócio é a forma como a empresa gera valor para os clientes.

Leia mais artigos de Francisco Camargo

https://www.plural.jor.br/e-pode-ficar-pior%EF%BB%BF/

https://www.plural.jor.br/tempos-bicudos-hoje-ontem-anteontem/

Sobre o/a autor/a

Compartilhe:

Leia também

Há saída para a violência?

Há que se ter coragem para assumir, em espaços conservadores como o Poder Judiciário, posturas contramajoritárias como as que propõe a Justiça Restaurativa

Leia mais »

Melhor jornal de Curitiba

Assine e apoie

Assinantes recebem nossa newsletter exclusiva

Rolar para cima