O preço da passagem de ônibus em Curitiba vai subir de R$ 4,50 para R$ 5,50 a partir desta terça-feira (1). O anúncio foi feito nesta segunda de carnaval (28) pela Urbs, braço da prefeitura que gerencia o transporte coletivo na cidade. As tarifas da região metropolitana também sofrerão altas.
Com a mudança na tabela, o transporte público de Curitiba passa a ser o mais caro entre as capitais brasileiras, empatado com o Distrito Federal.
O aumento era esperado: fevereiro é o mês do reajuste dos contratos com as empresas de transporte; e o tamanho do peso para o bolso dos usuários vinha sendo especulado desde o início do ano. As apostas eram altas, tamanha a corrosão nos caixas do sistema, que mesmo antes da pandemia já vinha perdendo passageiros em montantes significativos.
Por causa da pandemia da Covid-19, o preço da passagem foi mantido congelado em 2020 e 2021, na contrapartida da vigência de um esquema de repasse temporário desenhado pela prefeitura e aprovado no Legislativo – agora dissolvido. Com menos gente rodando as catracas, as empresas deixaram de receber por passageiro pagante e passaram a ser reembolsadas por quilômetro rodado e por uma planilha menos detalhada. Na prática, a remodelagem da fórmula colocou na gaveta o cálculo integral da tarifa técnica, o real valor pago pela prefeitura às empresas por cada passageiro, que em setembro passado chegou a bater nos R$ 8,11.
Segundo a Urbs, a vigência do modelo acabou este mês, embora legalmente pudesse perdurar o tempo em que fosse mantido o regime de emergência em saúde decretado em decorrência da Covid-19.
A movimentação nos terminais mais próxima de uma nova normalidade ajudou a diminuir a pressão nos cofres da Urbs e encolheu o resultado do cálculo da tarifa técnica, hoje estimada em R$ 6,36, mas ainda assim 32% maior do que era em 2019.
A justificativa da Urbs é que a inflação acumulada de outros componentes do cálculo tarifário aumentaram os indicadores em vermelho da planilha e, portanto, o reajuste de 22% seria “o mínimo possível para manter a sustentabilidade do sistema frente ao forte aumento dos custos relacionados ao transporte”. Entre fevereiro de 2019 e dezembro de 2021, o diesel subiu 76%, o biodiesel 131%, e pneus 42,79%. O custo salários e benefícios ficou maior em 22%.
A diferença do novo valor pago pelo usuário e da tarifa técnica hoje válida, em torno de R$ 0,86, será coberta por subsídio. A prefeitura aplicará R$ 97 milhões, e o governo do Paraná, por meio de convênio, deve liberar outros R$ 60 milhões para ajudar nos custos do sistema. A Urbs estima que até fevereiro do próximo ano a tarifá técnica possa chegar a R$7,20.
As 11 linhas de ônibus de Curitiba que fora do horário de pico têm tarifas mais baratas também vão ser impactadas. Entre 9h e 11h e 14h e 16h, os itinerários custarão R$ 4,50 a partir da zero hora desta terça-feira (1), para pagamento exclusivo com o cartão-transporte usuário. O reajuste é de R$ 1, equivalente ao principal.
As linhas que adotam o sistema são 212 Solar, 213 São João, 214 Tingui, 265 Ahú-Los Angeles, 461 Santa Bárbara, 965 São Bernardo, 661 V. Lindóia, 662 Dom Ático, 666 Novo Mundo, 860 V. Sandra e 870 São Braz.
Região metropolitana
A Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) também anunciou novos valores para o sistema integrado, a partir de 15 de março. E informou, ainda, uma mudança nas cobranças em cartão e em dinheiro.
Com o uso do Metrocard, nas cidades do primeiro anel a cobrança aumenta de RS 4,50 para o que já é vigente no segundo anel: R$ 4,75. Fazem parte do chamado primeiro anel os municípios de Almirante Tamandaré, Araucária, Campo Largo, Campo Magro, Colombo, Fazenda Rio Grande, Pinhais, Piraquara e São José dos Pinhais. Os preços são para nos itinerários integrados à capital.
O pagamento em espécie ficará ainda mais caro: será de R$ 5,50 para as cidades do primeiro e segundo anel e também para as linhas de ligação de Mandirituba com Fazenda Rio Grande; de R$ 6 para as linhas integradas de Bocaiuva do Sul, Contenda, Itaperuçu e Rio Branco do Sul; e R$ 7 para as de ligação direta de Mandirituba, Quitandinha, Contenda e Agudos do Sul.
No cartão, os preços sobem R$ 4,75 para primeiro e segundo anel; de R$ 4,90 para R$ 5 nas linhas de ligação de Mandirituba com Fazenda Rio Grande; de R$ 5,30 para R$ 5,50 para as integradas em Bocaiuva do Sul, Contenda, Itaperuçu e Rio Branco do Sul e se mantém em R$ 6,50 para as de ligação direta de Mandirituba, Quitandinha, Contenda e Agudos do Sul.
Meu Deus, o Plural apenas justificou a Prefeitura, sequer entrevistou algum passageiro. Muito pouco para um veículo chegado aos autoelogios. Essa ala progressista de Curitiba combina mais com a editoria de gastronomia e com os socialites da cultura local. O povo tá lascado mesmo, jornalismo popular já era, tomou o mesmo rumo do Paraná Clube.