A presença da mulher em programas de mobilidade educacional internacional aumenta a cada ano. Tanto que dos mais de 354 mil brasileiros que foram estudar fora do Brasil, entre 2019 e 2020, 65% foram mulheres, segundo a pesquisa Selo Belta 2020. Elas buscam desenvolvimento pessoal, enriquecimento de suas vidas e carreiras e reconhecimento profissional.
Nos Estados Unidos, por exemplo, se compararmos a presença de alunos internacionais em colleges e universidades entre 1979 e 1980, apenas 28% eram mulheres. De acordo com a pesquisa do Institute of International Education (IEE) de 2016, esta representatividade aumentou mais de 40%. Mesmo com esse aumento, isso não significa que as mulheres estejam chegando nos lugares mais altos das corporações, nem com as mesmas condições de salário.
A Suécia foi o primeiro país em melhor diminuir a distância entre questões de saúde, econômicas, políticas, empregabilidade e educação da mulher na sociedade e, até pouco tempo, era o país europeu com maioria de mulheres no seu parlamento, representando 47% do total. Porém, esta semana, a Islândia comemorou por ultrapassar a Suécia neste quesito, conquistando 52,3% de mulheres em seu parlamento. Países como Canadá (4° lugar), Nova Zelândia (8° lugar) e Estados Unidos (18° lugar) vêm trabalhando fortemente para dar mais inclusão e oportunidades de carreira às mulheres, principalmente, em áreas técnicas e da ciência.
De acordo com o IIE, há um aumento no número de mulheres que buscam estudar fora de seus países de origem, quando não veem oportunidades iguais de carreira e reconhecimento localmente. Outro dado destacado pelo instituto é que, quanto mais estas mulheres estudam, conquistando o diploma de ensino médio em seus países, mais elas buscam continuar seus estudos até terminarem o ensino superior.
Nos Estados Unidos, por exemplo, 56% dos estudantes universitários são mulheres e as carreiras mais buscadas por elas são nas áreas STEM – em inglês, Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemáticas. Segundo o National Foundation of American Policy, entre 1995 e 2015, o número de estudantes internacionais no curso de Ciências da Computação cresceu 480% no país. E o este crescimento acompanhou o aumento no número de mulheres, tendo no mesmo período um crescimento de mais de 68% de representação na área. O número de mulheres também vem crescendo no curso de Administração e Negócios.
Já no Brasil, dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) destacam que pessoas com ensino superior completo, na faixa etária entre 25 e 34 anos, são 18% homens e 25% mulheres. Apesar de apresentarem um percentual maior, as mulheres também encontram maior dificuldade para entrar no mercado de trabalho e enfrentam diferenças salariais, comparando com homens no mesmo cargo.
É justamente por isso que alguns países oferecem bolsas específicas para mulheres, cujo intuito é aumentar a presença feminina em cargos de lideranças, assim como propiciar que essas mulheres sejam donas dos seus próprios negócios. O Reino Unido, por exemplo, está com oportunidades de bolsas para mulheres que queiram fazer mestrado no país, nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática.
Existem oportunidades no exterior para todas as mulheres, em vários países, independente dos seus sonhos, paixões ou objetivos de carreira. Um intercâmbio pode ser um caminho para crescer e se tornar mais competitiva para o mercado de trabalho. O público feminino é o que mais busca desenvolvimento, educação e aperfeiçoamento no exterior.
E como diria Maria Jose Alvarez, engenheira Biotécnica chilena, fundadora de startups, que saiu de seu país para estudar na Nova Zelândia: “Quando você tem mulheres em posições de liderança, elas estão procurando por pessoas com as quais possam se identificar. Se você é uma mulher, esta será você”. E assim se abrem os caminhos para as mudanças.
Sobre o/a autor/a
Diogo Rodrigues
CEO da YES Intercâmbio, agência especializada em consultoria em ensino superior no exterior. Mais de 15 anos de experiência na área da Educação, com pós-graduação em Marketing, Business e Comunicação Internacional na Universidade da Califórnia Berkeley. Entre 2007 e 2009, trabalhou em instituições de Educação no Vale do Silício como Intrax e outras start-ups americanas. É graduado em Publicidade e Propaganda pela PUC-PR e fez MBA em Gerenciamento de Pessoas e Liderança pela Volvo. Co fundador e Diretor da REAL – Recognized Agents From Latam – Associação das Principais Consultorias de Educação da America Latina.