Bem-vindos à vida entediante de uma comissária de bordo

“Bem-vindos a bordo” tem Adèle Exarchopoulos no papel de uma comissária com problemas pessoais e profissionais

Você lembra de “Azul é a cor mais quente”? Em 2013, o filme conquistou a Palma de Ouro no Festival de Cannes, um dos prêmios mais importantes do cinema. No embalo, o diretor também foi premiado, assim como as atrizes Léa Seydoux e Adèle Exarchopoulos. E agora é Adèle, quase dez anos depois, que protagoniza “Bem-vindos a bordo”, em cartaz nos cinemas.

Bem-vindos a bordo

Embora os filmes sejam independentes um do outro, eles têm algumas características em comum. De certa forma, é como se a adolescente de “Azul é a cor mais quente”, que se chamava Adèle assim como a atriz, tivesse crescido e se tornado a mulher de “Bem-vindos a bordo”, uma comissária de bordo chamada Cassandre.

Cassandre trabalha para uma empresa pequena, que faz voos curtos e tem uma estrutura meio precária (eles chegam a cobrar os passageiros por um minipacote de amendoins, por exemplo).

Aos poucos, a história vai revelando que a decisão de se tornar comissária é conveniente para Cassandre porque funciona como um escape. Assim ela não precisa lidar com problemas pessoais que precisam de atenção. Mas como diz a sabedoria popular, não importa aonde vá, você sempre leva seus problemas consigo. (E você sempre leva você aonde for.)

Conexões

Além da conexão mais óbvia – os dois filmes têm a mesma atriz –, há algo na maneira de ser de Cassandre, a protagonista de “Bem-vindos a bordo”, que remete à Adèle de “Azul é a cor mais quente”. É como se elas fossem levadas pela vida, sacudidas de vez em quando, alternando momentos de intensidade com outros de indiferença.

Mas a conexão mais forte que há entre os dois filmes é a maneira como a câmera se comporta – o modo como Julie Lecoustre e Emmanuel Marre, diretores e roteiristas de “Bem-vindos a bordo”, acompanham a vida de Cassandre. Em algumas situações, é como se eles esquecessem a câmera ligada e seguissem filmando longas cenas que às vezes são fascinantes (como no teste para comissários de bordo), às vezes entediantes (a noite que Cassandra passa com um cara que conheceu no Tinder).

A câmera gosta de Adèle Exarchopoulos e ela se sente à vontade na presença da câmera. Mas, no fim de “Bem-vindos a bordo”, é a sensação de tédio que fica.

Onde assistir

“Bem-vindos a bordo” está em cartaz no Cineplex Batel, do Shopping Novo Batel.

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