Abundância, mas nem tanto: existe muita água salgada e pouca doce

Para entender a importância de cuidar da água, é preciso compreender que ela é finita

A superfície terrestre é coberta por “terra firme” em apenas 30% de todo o planeta, o restante, cerca de 70% são cobertos por água. Desse total, aproximadamente 97,5% ficam nos oceanos e mares, na forma de água salgada – trata-se, portanto, de água imprópria para o consumo humano e de grande parte dos animais.

A essa altura você deve estar aliviado ao pensar que ainda restam 2,5% para matar a sede. Ledo engano: desse restante, que é o total de água doce existente, 2/3 estão armazenados nas geleiras e calotas polares (geleiras são formadas pelo acúmulo de neve em um determinado local, processo que pode levar até 30 mil anos para se concretizar; já as calotas polares são constituídas pelas camadas de gelo acumuladas sobre a terra firme e que se mantêm em estado sólido nos polos. Elas contam com milhões de toneladas e foram formadas há de milhares de anos).

Isso significa que apenas 0,77% de toda a água está disponível no planeta está apta para o consumo. Esse “tesouro” é encontrado em rios, lagos, no subsolo e na atmosfera, sob a forma de vapor.

E se você acha pouco, saiba que foi uma longa trajetória até chegar a essa configuração. A água doce iniciou sua formação devido às chuvas que lavaram a atmosfera e eliminaram os gases de enxofre. Por causa de sua posição e condições ideais, foi e é possível encontrar a água em três estados: sólido, líquido e gasoso. A parcela que se infiltrou na superfície e se acumulou entre as rochas do subsolo formou as águas subterrâneas e, à medida que os continentes emergiam, surgiram os primeiros rios, lagoas, pântanos e os primeiros seres vivos.

Essa é uma forma compacta de descrever como surgiram os rios, oceanos e o gelo. Mas o assunto é amplamente exposto e explicado, por meio de recursos analógicos e digitais, em que a interatividade é um carro-chefe, no primeiro espaço pedagógico e cultural destinado à temática água, o Museu Planeta Água, em Curitiba.

O espaço será aberto ao público em geral, em 1º de novembro, após passar por um período de testes e recebendo turmas agendadas de escolas desde 1º de setembro. O atendimento a todos os públicos também precisa ser agendado previamente, na página do espaço na internet.

Sobre o/a autor/a

1 comentário em “Abundância, mas nem tanto: existe muita água salgada e pouca doce”

  1. “ledo engano”, faziam muitos anos que eu não lia essa palavra “ledo”.
    A Auditoria Cidadã escreveu alguns materiais sobre as reservas de água doce no Brasil. Uma das informações era que o Brasil tinha uma das maiores reservas de água doce do planeta e isso atrai MUITO interesse internacional para exploração.
    Também li bastante sobre a importância de nossas águas quando tentaram privatizar a Eletrobras há uns mêses atrás. E o Paraná sendo aonde temos a Itaipu, óbviamente que o assunto me chamou bastante atenção. Mais recentemente também porque essa semana o Renato Freitas fez um discurso na Câmara de vereadores de Curitiba, falando sobre os irmãos Slaviero (o vice-prefeito e o presidente da COPEL) e o presidente da COPEL recebendo salário de R$60mil/mês e ainda vai receber um bonus de mais de R$400mil. Maria Letícia vive falando sobre as más condições dos rios de Curitiba. Eu acho que Curitiba foi uma cidade modelo em sistema de transporte e poderia hoje também incluir transporte fluvial – como em Amsterdam e Londres. Tem até umas barges aonde o pessoal aluga pra passear e até tiram férias nessas barges.
    Também tem muito edifício com encanamento antigo em Curitiba e a qualidade da água que sai é péssima – até ferrugem sai e o povo nem sabe pra quem ou como reclamar – síndicos e imobiliárias são praticamente inúteis em resolver esse tipo de problema.

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