Youtuber de Curitiba ensina tricô online aos 67 anos

Aos 67 anos, Regina Maria Arato compartilha com seus 159 mil inscritos as dicas e os segredos de alguém que faz tricô há mais de 30 anos

Em um mundo dominado pela tecnologia, Dona Regina Maria Arato, uma senhora de 67 anos, encontrou uma maneira de combinar tradição e modernidade. Moradora de Curitiba há 26 anos, a artesã decidiu compartilhar suas habilidades em tricô com o mundo através do YouTube.

O primeiro vídeo foi publicado em junho de 2009 e, na verdade, não era exatamente para o YouTube. “Uma amiga minha veio me visitar de Goiânia e pediu para eu ensinar a ela como fazer um sapatinho, e assim eu fiz. Só que ela foi embora antes de terminar, então eu decidi gravar um vídeo e enviar para ela”, explica Regina Arato.

Naquela época, enviar um vídeo a alguém não era tão simples como é hoje. Então, a melhor solução encontrada por Regina e seu esposo, Santino, foi publicar o vídeo no YouTube. “Ela colocou o vídeo no YouTube por ser mais fácil. Depois de alguns dias, ela viu que tinha algumas interações e decidiu fazer mais vezes”, conta Maria Augusta Arato, filha mais velha de Regina.

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O canal, que começou por acaso, hoje conta com mais de 159 mil inscritos e tem 132 vídeos publicados. Os vídeos mais vistos do canal são os de roupas infantis e peças para pets. “O vídeo mais visto é de uma botinha. Eu fiz um mix de receitas de tricô e ensinei a fazer essa botinha sem precisar de costura manual. Tem uns 2 milhões de visualizações. Acho que as pessoas gostaram”, diz Regina.

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Regina aprendeu os primeiros passos do tricô com uma vizinha e amiga durante a adolescência, alguns anos mais tarde com a ajuda de outra amiga, Regina aprendeu a modelar as peças e passou a tricotar roupinhas de bebê. Hoje a idosa já ultrapassou as barreiras humanas e faz roupinhas até para pets. “O que todo mundo gosta são das roupinhas pets. Tem pessoas do mundo inteiro que fazem e me mandam foto dos resultados”, conta.

Hoje em dia, Regina publica vídeos com o intuito de ajudar pessoas, algo que em sua época não era comum. “Eu comecei a tricotar na adolescência e, naquela época, nem sempre as pessoas estavam dispostas a compartilhar suas dicas comigo. Eu acho que posso fazer diferente e compartilhar”, conta.

Em 2010 os vídeos do canal começaram a monetizar. O pagamento feito mensalmente pelo Google gira em torno de 100 dólares, pouco mais de R$ 500. Mas para Regina o dinheiro é apenas uma forma de incentivo para o trabalho que ela faz com tanto carinho.

Com a ajuda do marido, que edita e publica os vídeos, Regina costuma responder aos comentários para ajudar quem tem alguma dificuldade. O desejo de ajudar é tanto que já ultrapassou a barreira da língua. “Meu pai começou a legendar os vídeos em inglês, mas de vez em quando aparece alguém da Romênia, Rússia, Turquia e França pedindo ajuda, e meu pai vai lá e dá um jeito de responder na língua da pessoa”, conta Maria Augusta.

Além da ajuda do marido a família toda participa dos vídeos. “Eu e meus irmãos acompanhamos o canal e tem vídeos que ela coloca a gente de modelo para mostrar as peças”, revela.

Ivan Arato, também filho de Regina compôs a pedido da mãe a trilha sonora do no vídeo de agradecimento por ter atingido a marca de 100 mil inscritos.

Regina, que já ensinou as filhas a tricotar, pretende agora passar a tradição aos netos e continuar ensinando qualquer que queira aprender. Além do canal de Youtube, Regina também compartilhar dicas e as receitas completas de seus tricôs em seu blog pessoal.  

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