A Câmara Municipal de Curitiba aprovou uma moção de apoio ao Estado de Israel no mesmo dia de um ataque contra o hospital de Gaza, que causou quase 500 vitimas. Israel nega que tenha sido responsável pelo ataque, embora esteja bombardeando constantemente Gaza, e põe a culpa em jihadistas palestinos.
A moção foi apresentada pelo vereador Pier Petruzziello (PP) em conjunto com outros parlamentares e foi aprovada com 31 votos a favor. Entre os favoráveis estavam não apenas os vereadores dos partidos de centro-direita, mas também os três representantes do PDT. Apenas três foram as vozes discordantes. As vereadoras do PT, Giórgia Prates e professora Josete, se abstiveram; Maria Letícia (PV) saiu do plenário antes do começo da votação.
“A razão da nossa abstenção é que essa moção deveria ser colocada para ambos os lados, para Palestina e Israel. A guerra sempre tem dois lados, mas se nos ignoramos um significa que um lado vale mais do que outro”, disse a vereadora Giórgia após a votação para justificar a sua abstenção.
Durante seu discurso, a parlamentar do PT criticou a superficialidade com que seus colegas trataram o assunto. “Às vezes eu fico me questionando se esta é uma Casa de Lei ou a Escolinha do Chaves. É impressionante o número de besteiras que a gente escuta. Estamos falando de um assunto onde vidas estão sendo perdidas de ambos os lados e aqui as pessoas estão batendo no PT para atacar o Lula”, adicionou a vereadora referindo-se em particular às intervenções dos parlamentares Éder Borges (PP) e Indiara Barbosa (NOVO).
No começo do debate sobre esta moção, a vereadora Indiara acusou o Presidente Lula de ter no seu governo pessoas “ligadas ao grupo Hamas”. “Aqui no Brasil, a base aliada do PT, movimentos como o MST, claramente declararam apoio incondicional ao Hamas”, declarou Borges antes da fala de Giórgia Prates.
Por outro lado, a professora Josete (PT) explicou sua abstenção afirmando que “em todas as guerras os principais prejudicados são mulheres e crianças” e acrescentou que o compromisso de todos deve ser a busca da paz.
A maioria dos vereadores a favor da moção justificou a sua posição reiterando que o ataque do Hamas a Israel foi um ato de terrorismo. “Um ataque sem precedentes, considerado um dos piores das últimas décadas”, comentou Petruzziello.
Comprovando sua quase inutilidade, a câmara de vereadores estende suas asas para a geopolítica mundial. Quem sabe agora a guerra mude de rumo ..