UFPR descobre fósseis mais antigos do que dinossauros

Serpente e estrela-do-mar foram encontrados por pesquisadores da UFPR

O período Devoniano remonta a um tempo em que os dinossauros ainda nem existiam. Cerca de 400 milhões de anos atrás. São desta época os fósseis descobertos por pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) em Jaguariaíva, nos Campos Gerais. Duas novas espécies de serpente e estrela-do-mar forma catalogadas.

Batizados em homenagem ao Paraná, o Paranaster crucis (estrela-do-mar) e o Marginix notatus (serpente-do-mar) tiveram sua descoberta publicada recentemente na revista científica internacional Journal of South American Earth Sciences, que abrange as Ciências da Terra, principalmente em questões relevantes para a América do Sul, América Central, Caribe, México e Antártica.

O trabalho mostra a diversidade e as peculiaridades das espécies que viveram nos mares polares assim como a diversidade e a riqueza fossilífera da região do Paraná. Foram descobertas duas novas espécies, dois novos gêneros e uma nova família de equinodermos, grupo de invertebrados tipicamente marinhos.

A coleta dos fósseis foi realizada por diferentes alunos e professores da UFPR, em pontos estratégicos de Ponta Grossa e Jaguariaíva, nos Campos Gerais, onde rochas do período Devoniano estão expostas na superfície. A coleção da UFPR possui 60 amostras coletadas nas últimas três décadas.

“Paleontologia não é só dinossauro”, diz Cristina Silveira Vega, paleontóloga e professora do Departamento de Geologia da UFPR. “O estudo desses seres [estrelas-do-mar e serpentes do mar] é tão importante quanto o de animais maiores, como os dinossauros”.

Cristina é a orientadora do estudo de iniciação científica sobre as espécies, de autoria do estudante Malton Carvalho Fraga, do curso de Geologia. “O esqueleto de ofiuroides e estrelas-do-mar é muito delicado, composto por milhares de ossículos milimétricos difíceis de distinguir nos fósseis”, explica Malton.

Serpente-do-mar Marginix notatus . Foto: UFPR
Estrela-do-mar Paranaster crucis. Foto: UFPR

Ao descrever as amostras coletadas, os pesquisadores notaram características peculiares que não se encaixavam em nenhuma espécie
conhecida. Para chegar aos resultados, um dos desafios foi a descrição
morfológica detalhada da espécie.

O projeto faz parte do grupo de pesquisa sobre Geologia Exploratória,
do Departamento de Geologia da UFPR . Além do impacto na área de Geologia, o estudo contribui com o projeto de extensão “Divulgando a Paleontologia na Educação Básica”, que leva a Paleontologia para crianças nas escolas. A ideia é explicar o que é essa área, trazer fósseis e explicar a importância deles.

Infográfico Leonardo Bettinelli/Sucom-UFPR

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