Desde 2017 os salários das professoras da rede municipal de ensino de Curitiba acumularam pelo menos 14% de defasagem segundo dados dos Indicadores Educacionais do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Os dados disponíveis apontam que entre 2017 a 2020 a remuneração média padronizada de docentes para 40 horas de trabalho foi reduzida em 0,5% de R$ 5688,33 para R$ 5661,02. Mas considerada a inflação do período pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), a perda de poder aquisitivo chegou a 14%.
A perda de valor dos salários pagos aos professores em Curitiba vai na contramão da situação no restante do país. Na média nacional, a remuneração padronizada para 40 horas aumentou em 18%. Se considerada a inflação no período, a média ficou 2% acima do valor corrigido. No Sul do país, a remuneração média dos docentes da educação básica perdeu 8,7% do valor no Paraná e 2,6% em Santa Catarina. Já no Rio Grande do Sul o valor médio aumentou em 4,2%.
A perda de poder aquisitivo, porém, não é a causa da paralisação promovida pelo Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (SISMMAC) nas escolas da rede municipal. A categoria está em greve porque no mesmo período um congelamento dos planos de carreira promovido pela Prefeitura de Curitiba e sancionado pela Câmara Municipal impediu as professoras das escolas municipais de conseguir avanços na carreira devido a qualificação profissional.
Na prática, para quem investiu em aperfeiçoamento profissional desde o início da gestão Greca, a perda foi dupla: houve perda de poder aquisitivo no valor da remuneração ao mesmo tempo em que não houve evolução salário por aperfeiçoamento.