A fiscalização de bares e casas noturnas voltadas para o público LGBTQIA+ em Curitiba se tornou motivo de queixas e preocupações. Há relatos de uso desnecessário de spray de pimenta, gás lacrimogêneo, com pessoas tendo de procurar ajuda médica. No fim de semana passado, uma balada fiscalizada foi obrigada a colocar centenas de clientes para fora no meio da chuva. Os empresários reclamam de perseguição do governo e começaram a agir para que isso mude.
Nesta segunda-feira (8), um grupo de donos de estabelecimentos se reuniu com a Superintendência Geral de Diálogo e Interação Social e apresentou uma carta com denúncias. O superintendente Roland Rutyna deu razão aos empresários e afirmou que vai enviar uma comunicação à Secretaria de Segurança Pública pedindo mudanças na fiscalização.
Carta
A carta levada ao governo contém denúncias graves. “Por alguma razão, coincidentemente ou não, os empreendimentos LGBTQIA+ da cidade vem sofrendo uma forte repreensão e fiscalização sem qualquer explicação evidente, sem que haja algum indício de irregularidades de antemão”, diz o texto.
“Ao adentrar nos ambientes a serem fiscalizados que, na sua maioria são casas noturnas e bares, os agentes de polícia e fiscalização apresentam um comportamento hostil e agressivos, havendo relatos de uso de spray de pimenta e gás lacrimogêneo nos clientes dos estabelecimentos sem razão a priori, tendo sido necessário atendimento, inclusive, em Unidade de Pronto Atendimento – UPA”, continua a carta.
Os empresários reclamam que há também relatos de empreendimentos recebendo ordem de fechamento por perturbação do sossego sem qualquer comprovação material através de medidores de decibéis, nos termos da legislação municipal correspondente. “É preciso que os órgãos internos do Estado do Paraná atuem na fiscalização das ações desses oficiais”, diz o texto levado à Superintendência.