Profissionais da área de enfermagem realizam, nesta quarta-feira (21), uma paralisação em defesa do piso nacional da categoria (Lei 14434/22), suspenso no começo do mês pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso. Em sua decisão, Barroso deu prazo de 60 dias para estados, municípios e o governo federal informarem os impactos que o texto traz para a situação financeira do País.
O ato foi acatado por 98% dos profissionais que votaram na assembleia on-line, realizada no último dia 15. De acordo do o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Curitiba e Região (Sindesc), os trabalhadores que atuam nos setores privado e filantrópico, iniciam a paralisação de 24 horas, às 6h desta quarta, com apoio das entidades que também representam os servidores da área nos âmbitos municipal e estadual.
“Nos hospitais que faremos as principais paralisações, mas a greve é da enfermagem de todo e qualquer estabelecimento de serviço de saúde do setor privado!e filantrópico de Curitiba e região, no Brasil todo haverá atos, manifestos e greves da categoria”, informou a assessoria de comunicação da entidade.
Programação
Segundo o Sindesc, servidores municipais e estaduais vão estar na Boca Maldita desde o início da manhã e, ao longo do dia, entregando panfletos, balões e orientando a população sobre os motivos da manifestação.
Já os que aderiram à greve, fazem piquetes, a partir das 6h, em frente aos seguintes hospitais:
Hospital Evangélico Mackenzie
Hospital Pequeno Príncipe
Hospital Nossa Senhora Das Graças
Santa Casa De Misericórdia Curitiba
Hospital Cajuru/Marcelino Champagnat
Hospital Santa Cruz
Hospital Do Rocio (Campo Largo)
Hospital Do Trabalhador (Funpar)
Hospital Zilda Arns (Feas)
Hospital São Vicente
Hospital Cruz Vermelha
Hospital Angelina Caron (Campina Grande do Sul)
No final da tarde, às 17h, na Boca Maldita, está programado um ato, cujo encerramento será marcado com uma caminhada até a Santa Casa, em um trajeto de aproximadamente 800 metros.
“Todos já receberam um relatório do Fórum Paranaense de Enfermagem, nos setores públicos estadual e municipal não deflagraram paralisação e sim uma mobilização. Vai haver um ato na Boca Maldita, às 17h, em que também haverá a participação de servidores municipais que ficarão em barracas durante o dia todo. Às 6h já estaremos nos hospitais relacionados para fazer os piquetes. O que não impede que outros hospitais também participem, tendo o bom senso para definir os que vão ficar no hospital e os que irão sair para se direcionar ao piquete mais próximo, mantendo o mínimo de 30% do pessoal. Esse é o momento de mostrar nossa força, pois é melhor corrermos os riscos com o objetivo de garantir o nosso piso. Essa luta não é só aqui de Curitiba e sim do Brasil inteiro. Pedimos que todos se dirijam até a Boca Maldita, às 17h, onde cada um poderá assinar o livro de presença ou até 19h, em frente à Santa Casa, onde encerraremos o nosso ato desta quarta”, disse a presidente Sindesc, Isabel Cristina Gonçalves.
O piso
A lei que criou o piso nacional da enfermagem foi sancionada no começo do mês passado e publicada em cinco de agosto no Diário Oficial da União. De acordo com o texto suspendo menos de um mês depois, enfermeiros com formação superior deveriam receber pelo menos R$ 4.750 por mês; técnicos de enfermagem no mínimo 70% disso (R$ 3.325); e auxiliares de enfermagem e parteiras teriam de receber 50% desse valor do piso (R$ 2.375).
Sobre o/a autor/a
Haverá amanhã, também, início da greve dos servidores EBSERH (assistencial e administrativo) do Hospital de Clínicas/U.F.P.R. Essa greve é nacional, esperamos há mais de 3 anos e meio reajuste salarial. Além de propostas da empresa para retirar benefícios, parece que estão tentando colocar a granada no bolso do inimigo, como disse o ministro naquela reunião. Abraços!