Professores protestam contra militarização de escolas

Eles pedem concurso para educadores e fim da consulta pública e de provas no Processo Seletivo Simplificado (PSS)

Em caminhada pelo Centro de Curitiba, professores e funcionários de escolas da Rede Pública do Paraná protestaram contra o processo de militarização de 215 colégios estaduais. Os educadores pedem o fim da consulta pública para aceitação das escolas cívico-militares, iniciado na semana passada. Eles também reivindicam concurso público para os profissionais da Educação, bem como a revogação de um edital que prevê a inclusão de provas no Processo Seletivo Simplificado (PSS).

“A prova em plena pandemia é descabida e o edital prevê a contratação de apenas quatro mil professores. Em 2020 temos aproximadamente 25 mil, isso vai gerar desemprego em massa. Nós defendemos prova, sim, mas para concurso público, não para professores temporários, o que é um absurdo”, explica o o diretor do Sindicato dos Docentes da UEPG (SINDUEPG), Regis Clemente da Costa, presente no ato. “Também protestamos contra os constantes ataques ao plano de carreira, salários e reajustes inflacionários.”

O ato começou na Praça Tiradentes, pela manhã, de onde os profissionais seguiram em caminhada até o Palácio Iguaçu, no Centro Cívico. A tarde, os manifestantes se reuniram com o secretário estadual da Educação, Renato Feder. De acordo com a APP-Sindicato, que organizou o protesto, o governo afirmou que pode rever a decisão de aplicar a prova para PSS, caso seja pressionado por outras instituições ou órgãos.

Segundo o sindicato, o contrato de realização das provas do PSS foi firmado sem licitação, ao custo de R$ 3,5 milhões, com previsão de participação presencial de 90 mil pessoas, durante a pandemia. A entidade defende que sejam mantidas as regras atuais de classificação, baseada no currículo dos candidatos.

Atualmente, cerca de 20 mil professores da Rede Estadual atuam pelo PSS e não têm direito à carreira nem estabilidade. O último concurso público realizado para o cargo foi em 2013.

Militarização

Após a reunião com a Secretaria Estadual de Educação (Seed), a APP diz que o governo admitiu irregularidades denunciadas pelo sindicato, entre elas, que mais da metade (54%) das escolas selecionadas para o programa de militarização não atenderiam aos requisitos exigidos pela legislação – como não possuir ensino noturno. O sindicato entrou com uma ação na justiça pedindo a suspensão do processo. Na semana passada, os professores ocuparam a Seed para protestar sobre o mesmo tema.

A intenção do governo de Ratinho Jr (PSD) é transformar 215 colégios em escolas cívicos-militares, 56 delas na Região Metropolitana de Curitiba. A consulta à comunidade escolar começou no dia 27 de outubro e ainda prossegue em 19 delas. Segundo a Seed, em 176 colégios a militarização foi aprovada pelo referendo.

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