Professores ocupam Secretaria de Educação em protesto

Educadores querem fim da militarização das escolas e prorrogação de contratos PSS

Profissionais da Educação da Rede Estadual de Ensino do Paraná protestam, nesta sexta-feira (30), com a ocupação da Secretaria Estadual de Educação (Seed) em Curitiba. O movimento pede respeito aos professores, educadores e funcionários de escolas, que reclamam de não serem ouvidos pelo governo de Ratinho Jr (PSD).

A ação teve apoio de estudantes e pede também a prorrogação dos contratos pelo Processo Seletivo Simplificado (PSS) e o fim do projeto de militarização em 215 colégios paranaenses – com consulta pública convocada às pressas nesta semana.

“Reivindicamos principalmente o direito legítimo de sermos ouvidos pelo secretário de Educação, Renato Feder. Quando solicitamos que uma comissão de professores fosse recebida, eles fecharam a porta, então, em nome do estado democrático de direito e da legitimidade do movimento sindical e estudantil, nós entramos com um grupo de manifestantes para denunciar essa ausência de diálogo”, diz o presidente da APP-Sindicato, Hermes Leão, em frente ao gabinete do secretário, que continua com as portas trancadas.

Foto: APP-Sindicato

“Não estamos impedindo o trânsito dos funcionários da Seed nem o seu trabalho. Nosso movimento é apenas o necessário para a nossa denúncia. Continuaremos concentrados aqui até sermos recebidos e ouvidos. Só queremos respeito e diálogo, prometidos por Ratinho Jr.”

Hermes Leão lembra que são 20 mil professores contratados pelo PSS e apenas quatro mil poderão ser chamados pelo novo concurso previsto pelo governo. Com isso, 16 mil educadores, cujos contratos vencerão, devem ser demitidos no fim de 2020.

“Temos uma reunião agendada para a próxima quarta, mas eles não cumprem compromisso. Não tínhamos a intenção de fazer este movimento de ocupação mas diante do desrespeito, da porta trancada, não nos deixaram expor e cobrar do governador, cujos eleitores votaram acreditando. Ele traiu a categoria, assim como nos traiu a Assembleia Legislativa, que também assumiu o compromisso de que só votariam projetos sobre a pandemia e que não iriam tramitar outros que dependessem de avaliação, de audiência públicas, de debates. Mas não foi o que aconteceu. Houve uma redução de direitos, o que não pode ocorrer.”

Os professores questionam ainda a consulta pública sobre a militarização de 215 colégios no Paraná, anunciada às pressas na segunda-feira (26). “Foi uma consulta ilegal e fajuta, autoritária e cheia de assédio moral”, aponta Leão.

Foto: APP-Sindicato

Radicalização

Procurada pelo Plural, a Seed informou que vem mantendo, ao longo do ano, diálogo cordial e transparente com os representantes sindicais dos professores e que “estranha a radicalização por parte dos mesmos”.

“Sobre as críticas feitas pela entidade, vale destacar que a Seed já havia conversado com os representantes dos professores sobre o Processo Seletivo Simplificado e acatou algumas demandas propostas. Sobre a implantação dos Colégios Cívicos, todas as informações sobre o projeto que implementou a consulta pública foram repassadas para a sociedade, em especial na discussão do tema na Assembleia Legislativa do Paraná”, diz o governo, em nota.

Foto: APP-Sindicato

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