Professores da rede estadual de ensino do Paraná fazem nesta quarta-feira (30) um dia de protesto contra as plataformas digitais implantadas pela gestão de Ratinho Jr. (PSD) nas escolas públicas. O “dia sem plataformas” é uma maneira de contestar aquilo que a categoria considera um uso excessivo e pouco funcional de meios digitais em sala de aula.
O protesto faz parte das atividades que os professores e a APP-Sindicato, que representa a categoria, fazem todos os anos no dia 30 de agosto, considerado um marco importante nas disputas entre o governo do Paraná e os educadores. Foi em 30 de agosto de 1988 que, durante o governo Alvaro Dias (Podemos), professores que estavam em praça pública reivindicando melhorias foram atacados pela cavalaria da Polícia Militar.
Pesquisa realizada com professores mostrou que 91,3% sentem que as novas plataformas digitais e as metas exigidas pelo governo causaram uma sobrecarga de trabalho. Dos professores e professoras entrevistados, 74,3% dizem ter sentido o impacto dessa sobrecarga em sua saúde mental e 78,3% dizem conhecer pelo menos um colega que adoeceu em função da pressão no trabalho.
“Não concordamos com a forma como a Secretaria da Educação tem imposto à rotina escolar a exigência de uso das plataformas, que vêm acompanhadas de metas, punições e premiações”, explica Walkiria Mazeto, presidenta da APP. “Defendemos a tecnologia como um recurso didático e de suporte ao ensino e à aprendizagem, de uso opcional, e não como um instrumento de controle e assédio”, completa.
Além disso, um ato em Curitiba terá como pautas a valorização dos funcionários de escola, com reformulação da tabela salarial, a extensão do reajuste do Piso (13,25%) aos professores aposentados sem paridade e o fim do desconto previdenciário.