Polícia confirma que incêndio em sede de reserva ambiental foi criminoso

Prestes a completar uma semana do incêndio que destruiu quase toda a casa que abriga a sede da reserva Nascentes do Rio Açungui, em Campo Largo, região metropolitana de Curitiba, ocorrido no dia 23, a Polícia Civil aponta que há […]

Prestes a completar uma semana do incêndio que destruiu quase toda a casa que abriga a sede da reserva Nascentes do Rio Açungui, em Campo Largo, região metropolitana de Curitiba, ocorrido no dia 23, a Polícia Civil aponta que há indícios de uma ação criminosa, em que querosene foi espalhado pelo imóvel. A área de Mata Atlântica é mantida pela da Fundação Tavares Ferreira há 22 anos, e tem 786 alqueires (1.890.000 metros quadrados) de florestas com araucárias, destinadas a estudo e pesquisa.

O Plural voltou a conversar com o diretor da entidade, Carlos Ferreira. De acordo com ele, as investigações estão avançando. “A perícia foi realizada e o delegado já tem a prévia do que foi usado, que foi querosene e ele já encontrou vários indícios. O que nos aconteceu aqui está tendo muita repercussão internacional, já recebi muitas ligações de fora do país, de órgãos de imprensa estrangeiros e também nacionais”, relatou. Sobre a motivação do incêndio criminoso, Carlos havia levantado, ainda na última terça-feira, a possibilidade de ter relação com o combate de atividades ilegais na região, agora, como avançar dos trabalhos policiais, ele já tem uma suspeita. “Pelo visto foi a turma do desmatamento”, disse o diretor.

Denúncia

No começo do mês a Fundação enviou denúncia ao Ministério Público do Paraná sobre práticas que acontecem há, pelo menos, cinco anos na área “onde trilheiros com motos, jipes e caminhonetes entram na Reserva Natural Nascentes do Rio Açungui, pelo rio que é nosso símbolo de preservação, e abrem trilhas na floresta com muita destruição e barulho, fumaça, lixo, afugentando e atropelando nossa fauna e derrubando arvores para sua diversão”, detalhou trecho do documento a que o Plural teve acesso. Ainda segundo o documento enviado ao MPPR, são diversos clubes que promovem os eventos, sem autorização, todos os finais de semana e feriados.

Poucas pistas

Para o superintendente da delegacia de Campo Largo, Clóvis Lima, algumas das probabilidades para o incêndio aponta para desentendimentos devido à extração ilegal de madeira na área da reserva e desavenças com grileiros.

“Dá para ver ali que foi um ato criminoso. Fui lá com o perito, a gente localizou ali o que eu tinha ideia, foi no meio da sala que iniciou o incêndio. Por sorte, a caixa d’água está bem em cima do cômodo, aquelas azuis de plástico. À medida que o fogo atingiu o telhado, estourou a caixa d’água e foi o que ajudou a apagar bastante, senão tinha tomado a casa inteira. Disso daí o que que a gente tem? Ele tem uma rivalidade de um pessoal que já andou furtando e vendendo a madeira da reserva, isso é um contexto a ser investigado. Eu não digo que tem suspeita, tem probabilidade. Tem carro que viram andando por lá, mas que não tem placa. Nós estamos tentando de tudo, dificulta por ter sido na parte rural, que não tem câmeras de segurança, mas que foi criminoso, foi”, disse.

O superintendente não acredita que a ação tenha relação com a denúncia feita no início do mês, mas não descarta possibilidades e deve ouvir mais pessoas ao longo da semana.

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