A Polícia Civil (PC) do Paraná indiciou Donzila Agostini por injúria referente à condição da pessoa com deficiência e injúria racial. Agostini xingou um cadeirante negro dentro de um biarticulado em Curitiba porque não queria dar licença para que ele passasse. O caso agora será encaminhado ao Ministério Público.
No dia 6 de junho, o angolano Angelino Cassova, de 32 anos, que é cadeirante, entrou no biarticulado Santa Cândida-Capão Raso pela porta quatro, por causa de um problema na estação-tubo. Habitualmente cadeirantes entram pela porta três, onde fica o espaço adequado para cadeiras de rodas.
Já dentro do ônibus ele tentou se deslocar até o local reservado e foi impedido por Agostini, que se recusou a dar licença e começou a proferir ofensas. Passageiros do ônibus gravaram o momento e a acusaram de racismo.
A acusada disse que não tinha culpa da “condição” da vítima, se referendo à deficiência e falou também que Curitiba agora “parece uma floresta”. “O que ela quis dizer com floresta? É porque sou negro?”, lamentou Cassova em entrevista ao Plural.
No depoimento dado à PC – embora tudo esteja registrado em vídeo –, a acusada negou “que os fatos tiveram objetivo discriminatório”, conforme consta no inquérito policial assinado pela delegada Paula Christiane Brisola.