O Paraná está entre os estados brasileiros com menor transparência sobre letalidade e vitimização policial. É o que revela o novo índice sobre a violência das polícias criado pela Ponte Jornalismo em parceria com Rights & Security Internacional (RSI), Rise Coalition e Lagom Data. O levantamento avaliou a qualidade das informações disponibilizadas pelas secretarias de Segurança Publica das 27 unidades da federação, em particular sobre os números de pessoas mortas pelas policias e os dados sobre policiais mortos nas operações.
De acordo com os dados colhidos pela Ponte, o Paraná aparece no 17° lugar, com nota 0,12 (numa escala de 0 a 1) enquanto os demais estados do Sul teriam 0,17 (Santa Catarina) e 0,36 (Rio Grande do Sul). A classificação é liderada por São Paulo (0,48) e Pará (0,36). Apenas alguns estados do Nordeste, do Norte e da Região Centro-Oeste tiveram resultado pior que o do Paraná em relação a este índice.
O levantamento foi efetuado monitorando os sites de todas as Secretarias de Segurança Publica durante a semana de 5 a 11 de junho deste ano para ver quais dados sobre a violência e vitimização policiais estavam disponíveis. Em seguida, foram feitos pedido através à Lei de Acesso à Informação (LAI) aos diversos estados para juntar todos os fatos e os perfiles das vitimas e foi dado um mês de tempo as Secretarias para se manifestar. O dado interessante que sublinhou o levantamento feito pela Ponte é que a maioria dos estados têm muitas informações que disponibilizam apenas quando são provocados com um pedido oficial.
O Paraná, por exemplo, é um desses estados, pois não publica espontaneamente boletins relativos à violência das Polícias, mas ao mesmo tempo tem muitas informações em suas mãos. De acordo ao índice calculado pela Ponte Jornalismo, os dados da transparência passiva (as informações que o próprio órgão recolhe para uso interno) colocariam o Paraná no oitavo lugar da classificação, apenas 0,4 ponto abaixo de Santa Catarina, mas com uma distância de 0,2 ponto para o Rio Grande do Sul.
Isso significa que a Secretaria de Segurança do Paraná poderia tornar públicas as informações, que estão coletadas,mas não o faz por decisão interna. Isso apesar de a polícia paranaense ter uma alta taxa de letalidade. No primeiro semestre de 2023,apesar de uma queda nos números, 156 pessoas foram mortas pela Polícia Militar no Paraná – quase uma morte por dia.
Em particular, o Paraná faz parte do grupo de sete estados (Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo e Roraima) que não disponibilizam informações os números de mortes praticadas pelas polícias sem que haja um pedido oficial.
Sobre o/a autor/a
A Polícia Militar ainda tem o ranço dos tempos da ditadura. Não perceberam seu papel na nossa sociedade. Truculentos, mal preparados, prestam um serviço ruim.
Perto da minha casa tem a praça Epinghouse, aonde dão um show de desrespeito com os cidadãos, com seus carros estacionados aonde tem crianças correndo e brincando. Eles não tem noção do seu papel na sociedade.