Onda de calor histórica traz verão de volta a Curitiba e litoral

Previsão é de que temperaturas estejam bem acima do normal nas áreas mais atingidas. Capital paranaense deve registrar 31ºC no fim de semana

Uma grande e forte onda de calor é esperada para a segunda semana de janeiro em Curitiba. O Paraná deve sofrer um aumento na temperatura, que atualmente está elevada no interior, mas amena na capital e litoral. A previsão do MetSul é que o forte calor atinja além do Sul do Brasil, os vizinhos Paraguai, Argentina e Uruguai. Argentinos e uruguaios serão os mais atingidos, segundo os meteorologistas. Na virada do ano, a cidade argentina Rivadavia chegou a registrar 46°C. O impacto também será forte no Rio Grande do Sul.

A previsão é de que o calor esteja bem acima do normal nas áreas mais atingidas, podendo chegar de 10°C a 15°C a mais do que as médias históricas para este período do ano. Esta não é a primeira onda de calor generalizada que tivemos neste verão.

Os dados indicam temperaturas de 40°C até acima de 45°C, variando conforme as áreas afetadas. O aumento das temperaturas começaram nesta segunda-feira (10), no Rio Grande do Sul, oeste de Santa Catarina e Paraná, seguindo até o Mato Grosso do Sul, com máximas de até 34°C. Na terça-feira (11), o calor começa a ganhar mais força, e irá aumentar gradativamente até sexta-feira (14), dia que segundo os dados, será o ponto alto do calor na semana, podendo bater recordes.

“Estamos com temperaturas amenas. Mas a partir de amanhã (11) começaremos a voltar a ter o regime de verão”, relata Reinaldo Kneib, meteorologista do Simepar. “Calor, sol predominando com mais força, sem ventos e algumas chuvas à tarde. Vamos ter máxima de 31°C no final de semana. O centro da onda de calor não atinge Curitiba e o litoral diretamente, mas traz de volta o calor.”

Ainda que os locais mais afetados sejam a Argentina, Uruguai e Rio Grande do Sul, o Paraná terá uma elevação significativa nas temperaturas, com máximas perto dos 40°C em algumas cidades do interior. Segundo o Tempo.com, a tendência é que a onda de calor se alastre pelo país (atingindo o Centro-Sul e chegando até o Sergipe) no final de semana, com menos potência, mas elevando a temperatura dos estados. 

O que dizem os especialistas?

Alysson Nunes Diógenes, doutor em Engenharia Mecânica e professor do mestrado e doutorado em Gestão Ambiental da Universidade Positivo (UP), ressalta os riscos da onda de calor. “Para a gente, o principal risco é a baixa umidade do ar. Então precisamos beber bastante água, usar roupas leves, lavar o nariz, usar hidratante na pele e evitar o sol nos períodos mais quentes.”

Diógenes explica que também existem consequências para a natureza. “Certamente se corre um risco de um aumento de queimadas, devido a secura do ambiente, as plantas ficam mais sujeitas a qualquer faísca.”

Pesquisador na área de climatologia e professor de Geografia da UFPR, Wilson Flávio Feltrim Roseghini conta que uma onda de calor pode ter diferentes origens. “Nem toda onda de calor é provocada pelo mesmo tipo de fenômeno atmosférico. No caso específico dessa onda, alguns fatores já são conhecidos. Por exemplo: nós temos primeiramente a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Para que ela aconteça, precisa que existam alguns mecanismos na atmosfera sob a América do Sul para que a circulação atmosférica da região seja compatível com essa situação.”

Roseghini explica que há uma grande circulação de ar, convergentes, que sobem, e divergentes, que descem. “O ar tem que descer em algum lugar. Nessa onda de calor especificamente, a área que ele vai descer com maior intensidade é justamente na área afetada. Enquanto você tem ar descendo, ele impede a formação de nuvens, deixa o tempo aberto. Como nós estamos no verão e temos uma quantidade muito alta de insolação por conta do sol do verão ser mais forte que do inverno, isso vai favorecer a formação dessa onda de calor.”

“Elas sempre aconteceram, mas elas têm mudado”, relata o professor, sobre as ondas de calor. “Tanto na época do ano que elas ocorrem como na intensidade. Nessa época não é tão comum a formação de ondas de calor, pois esperamos mais chuvas. Ele pode estar relacionado a El Niña, que de alguma forma favorece a estiagem mais prolongada e acentuar a intensidade dele, assim como as mudanças climáticas também podem acentuar esse tipo de evento.”

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