O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc) e o Sindicato dos Médicos do Paraná (Simepar) apuram denúncias de improviso e exposição de funcionários a risco de contaminação nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da Cidade. Em um dos casos, uma lona de plástico preto faz a separação entre pacientes com suspeita de Covid-19 e pacientes regulares da UPA Cajuru.
A improvisação força funcionários a usar o pátio externo, que não é coberto, para circular pela unidade. Segundo a Assessoria de Imprensa da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a lona já foi retirada e estaria lá porque uma parede está sendo instalada no local, interrompendo a circulação no corredor que leva da frente para a parte de trás da UPA e a escada de acesso ao primeiro andar.
Na UPA Fazendinha, o Simepar recebeu informações de afastamento de pelo menos 36 funcionários, entre médicos, enfermeiros, técnicos e profissionais de apoio. “O problema é que isso aumenta a pressão sobre quem fica, já que as equipes estão desfalcadas“, explica a secretária-geral do Sindicato, Claudia Paola Carrasco Aguilar.
A situação, diz ela, é agravada pela convivência, em espaços de alimentação e vestiários, das equipes que atendem casos de Covid-19 e demais funcionários.
“A Secretaria Municipal da Saúde já contratou, desde o início do ano, 642 profissionais, entre médicos, enfermeiros e técnicos. Quando há registro de afastamentos temporários, a demanda é suprida ou por outros profissionais ou por horas extras”, informa a SMS.
Para o Simepar, a situação permanece grave. “Já alertávamos para a falta de profissionais desde o início [da quarentena]”, diz Claudia. “No Fazendinha já houve plantão com dois médicos para atender tudo, Covid e não Covid”, completa. O estresse, as horas extras e o trabalho intenso contribuem para reduzir a imunidade dos profissionais, ressalta a médica.
As UPAs Fazendinha e Cajuru atendem, por mês, cerca de 12 mil pessoas, segundo dados de 2019 do Conselho Municipal de Saúde.