Instituto Talanoa lança plano para tirar carbono da economia brasileira

O guia será entregue a presidenciáveis e também a candidaturas estaduais

O Instituto Talanoa, por meio da iniciativa Clima & Desenvolvimento, lançou nesta terça-feira (13) o Plano de 10 pontos para Descarbonização da economia brasileira. O documento provoca as campanhas políticas a adotar a agenda climática como prioridade e indica as principais medidas que o governo brasileiro deve adotar já, no próximo mandato presidencial, para frear as emissões de gases de efeito estufa, se realinhar ao Acordo de Paris e criar as condições para a transição do país para uma economia de baixo carbono em 2025 e de carbono zero em 2050. O guia será entregue a presidenciáveis e também a candidaturas estaduais. 

Pela primeira vez, a agenda climática e ambiental está no centro do debate eleitoral, desafiando os candidatos à Presidência da República a se posicionar com senso de urgência e metas ambiciosas para resolver questões socioambientais que impactam o Brasil. Eliminar o desmatamento em todos os biomas deve ser a prioridade do próximo governo para que o país consiga cumprir com as metas de redução de emissões de GEE assumidas internacionalmente, mas não será o suficiente se a nova gestão não tiver um plano transversal que envolva todos os setores econômicos que emitem carbono. “Quem sentar na cadeira presidencial precisa dar sinais de que está disposto a fazer essa agenda acontecer. Isso precisa se refletir nas estruturas de governança, nos programas, no discurso e na prática”, realça Natalie Unterstell, presidente do Instituto Talanoa e uma das autoras do documento assinado por um conjunto de especialistas em mudanças climáticas. “Essas medidas também contribuem para a imagem do Brasil, credibilidade internacional, competitividade econômica e diplomacia climática para atrair mais recursos e é por isso que vamos trabalhar na próxima COP, no Egito”, disse durante audiência pública no Senado Federal. 

Economia carbono-zero e justa 
O plano de descarbonização tem potencial de mobilização de investimentos da ordem de R$ 91 bilhões para criar e apoiar 250.000 novos empregos verdes. “As pessoas mais vulneráveis são as mais afetadas pela mudança do clima. Nesses 10 pontos estamos mirando na transição energética em harmonia com nosso desenvolvimento econômico; projetamos as melhores práticas para que a transformação econômica seja inclusiva e, pra isso, a sociedade precisa ser parte do diálogo”, ressalta Unterstell.

Petróleo e gás: out! 
O mercado de carbono precisa ser regulado, com o estabelecimento de um sistema de comércio de emissões . “A gente precisa reverter a tendência que a tem hoje de sujar nossa matriz energética. Nós temos um potencial imenso de gerar eletricidade sem emissão e é nosso dever acelerar e completar a transição, por exemplo com o apoio de um mercado regulado doméstico”, enfatiza um dos especialistas consultados na formulação do documento, Shigueo Watanabe. No setor de transportes, a prioridade devem ser os coletivos e eletrificados, além de modais de carga de baixo carbono com logística inteligente.

Além de indicar as áreas temáticas mais importantes que devem ser atacadas pela próxima gestão, o Plano de 10 pontos para Descarbonização indica a respectiva lista de ações que os atores políticos devem colocar em prática, bem como os impactos esperados no curto e no médio prazo. O guia técnico e propositivo foi desenvolvido por especialistas setoriais e climáticos e será entregue a candidaturas antes das eleições de 2022. 

O Plano de 10 pontos para Descarbonização do Brasil pode ser consultado e baixado no site da iniciativa Clima & Desenvolvimento em duas versões: resumida e completa. 

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