Índice de transmissão do coronavírus em Curitiba volta a acelerar

Baixa redução da transmissão manteve SUS sob pressão e pode levar o sistema ao colapso mais rapidamente

Curitiba voltou a ter um índice de transmissão do vírus que causa a Covid-19 que indica aceleração da disseminação da doença. O R0, ou número de reprodução, voltou a passar de 1, o que indica que uma pessoa contaminada transmite a doença para mais de uma pessoa. Ou seja, a tendência é de aumento no número de contaminados.

Segundo os cálculos do Laboratório de Estatística e Geoinformação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o R0 passou de 1 há 10 dias e está em 1,07. Como o cálculo é feito a partir do número de casos confirmados de Covid-19 a partir de exames, a tendência é que o R0 seja sempre subestimado, uma vez que Curitiba não testa muito.

A situação é mais acentuada na Região Metropolitana que já registra R0 1,12 e apresenta aumento mais acelerado do índice. Uma parte significativa dos leitos Covid-19 da área estão na capital.

Durante o período em que Curitiba registrou R0 abaixo de 1 houve uma redução no número de novos casos confirmados, a ocupação de leitos exclusivos para Covid-19 permaneceu alta. Agora a tendência é que os novos casos voltem a subir. A média móvel de 7 dias de novos casos havia chegado a menos de 500 casos por dia em 21 de abril, mas voltou a subir e já está em 560 casos, igual a maior média registrada em julho de 2020, quando a cidade passou pela primeira onda da doença.

A ocupação real de leitos Covid-19 na capital está em 91%, com mais de mil pessoas internadas em leitos de UTI e enfermaria Covid e comuns, além de 117 pessoas que aguardam leitos hospitalares.

Casos confirmados em Curitiba e no Paraná voltam aumentar depois que o índice de mobilidade indicou aumento na ciruclação de pessoas. Gráfico: Laboratório de Estatística e Geoinformação/UFPR

Dados do Google Mobility Report mostram que os índices de mobilidade vem aumentando desde o início de abril, acompanhados de uma inversão da tendência da curva de novos casos registrados tanto em Curitiba quanto no Paraná. Como a internação de pacientes graves e eventuais óbitos costumam acontecer entre 7 e 10 dias depois da contaminação, é possível que a cidade volte a experimentar aumento nas internações a partir da próxima semana.

Como Curitiba não chegou a realmente baixar o número de casos e a ocupação de leitos, uma eventual nova escala de casos levará o sistema público de saúde da cidade mais rapidamente a um novo colapso, aumentando a mortalidade e a chance da capital voltar a ver pessoas morrendo na fila por um leito. Em março, como o Plural noticiou, 394 pessoas morreram aguardando um leito na Grande Curitiba.

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2 comentários em “Índice de transmissão do coronavírus em Curitiba volta a acelerar”

  1. Nelson Bond Neto

    Só vejo o povo nas ruas sem máscara, aglomerando, desrespeitando regras, comerciantes negligentes etc. E o pior, tudo associado a uma crise hídrica que já tem mais de um ano…

  2. Ângela Anastácio

    Olá! Pelo descaso das autoridades, nos trabalhadores q dependemos do transporte público q corremos o risco de nos contaminar com ônibus cheios lotados tds. Manhãs e aí o prefeito que oque??

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