Curitiba começa a aplicar nesta terça-feira (31) a dose de reforço contra a Covid em adolescentes de 12 a 17 anos. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), o acesso vai ser por ordem de idade, como já vem sendo feito, e começa pelos mais velhos. A expectativa é finalizar a convocação em 8 de junho (veja cronograma abaixo). A mira no grupo é desafiadora, já que são as faixas etárias com as maiores lacunas na campanha de imunização até agora.
A inclusão dos adolescentes no cronograma de reforço foi determinada pelo Ministério da Saúde na última sexta-feira (27). Até então, só estavam contemplados no esquema da 3ª dose adultos acima de 18 anos. O órgão decidiu incluí-los porque estudos demonstram maior resposta imunológica contra o vírus causador da doença em indivíduos já vacinados com a dose de reforço.
“Após a observação de segurança de países que recomendaram a dose de reforço das vacinas contra a Covid-19 para adolescentes de 12 a 17 anos e diante do cenário epidemiológico ainda incerto em relação aos casos de Covid-19 bem como evidências demonstrando redução da resposta protetora do esquema de 2 doses para a variante Ômicrom nesta população, há de se considerar a recomendação da dose reforço para este grupo no país”, diz Nota Técnica divulgada pela Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19.
O protocolo indica aplicação quatro meses após a segunda dose, de preferência com a vacina da Pfizer, independentemente da dose aplicada anteriormente. Se indisponível, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), a vacina inativada Coronavac também poderá ser uma opção. No caso de adolescentes imunocomprometidos, apenas a vacina da Pfizer deve ser utilizada. A aplicação deve ser realizada após quatro meses da última dose do esquema vacinal primário.
Nesta segunda, após vários estados anunciarem o início da aplicação das doses para os adolescentes, o governo do Paraná afirmou ter solicitado aos municípios que confiram os estoques disponíveis da vacina da Pfizer, e a necessidade de envio de novos pedidos para os que precisem de mais doses.
Em capitais como São Paulo e Rio de Janeiro e também no Distrito Federal, a dose extra já começou a ser aplicada.
De forma geral, a adesão dos mais jovens à campanha nacional vem sendo um desafio para as autoridades da Saúde. Os adolescentes estão entre os grupos menos adeptos à vacinação contra a Covid-19 até agora.
Apesar de estarem menos vulneráveis à forma grave da doença, o que a ciência ainda busca entender, não são imunes. No fim de 2021, a Fiocruz contabilizou 20 mortes de crianças com até 5 anos desde o início da pandemia no Brasil Em um espectro maior, de crianças e jovens de até 19 anos, o número chegava a 1,4 mil.
Em Curitiba, dados da prefeitura mostram uma queda considerável na busca pela complementação do esquema conforme as idades vão diminuindo e conforme novas doses vêm sendo incorporadas ao protocolo da campanha.
Quanto à segunda dose, por exemplo, cerca de 99% da população estimada entre 55 e 59 anos já foi imunizada, índice que cai para 74% entre os de 15 e 19 anos, 63% entre 10 e 14 anos, e 45% entre as crianças de 5 a 9 anos.
A dose de reforço, até então destinada apenas para adultos com 18 anos ou mais, segue um movimento parecido, porém com adesão ainda menor: de 78% entre 50 e 59 anos cai para 56% entre 30 e 34 e entre 35 e 39 anos, e 45% entre 20 e 24 anos.
A extensão da 3ª dose para um novo grupo ocorre em mais uma subida nos números da pandemia. Embora em patamares menos hiperbólicos, os casos de Covid criam nova curva de ascensão no país. No Paraná, testes confirmados aumentaram 116% neste mês de maio, se comparados os boletins divulgados pela Sesa com dados entre os dias 2 e 9 (2.025 positivos) e 23 e 30 (4.387).
Até às 17h desta segunda, a prefeitura de Curitiba ainda não havia atualizado os dados locais. Os números publicados ainda eram referentes à sexta-feira (27). Mas no início do fim de semana, os casos ativos na cidade – pessoas consideradas infectadas naquele dia – eram de 11.688, um aumento de 654% na comparação com o dia 2 de maio, quando eram contabilizados 1.550 casos ativos.
Na semana passada, a Sesa afirmou ter solicitado ao Ministério da Saúde a liberação da segunda dose de reforço (ou quarta dose) da vacina contra a Covid-19 para pessoas com menos de 60 anos. Em todo o Paraná, conforme a pasta, cerca de 4,3 milhões de paranaenses não tomaram a dose de reforço e 1,3 milhão deixaram de fazer a segunda dose convencional.
Ordem do reforço para adolescentes em Curitiba
O chamamento, segundo a Saúde, será de forma escalonada por faixas etárias, começando pelos que têm 17 anos e nasceram entre 1º de junho e 31 de dezembro de 2004. Na quarta-feira (1º), será a vez dos adolescentes nascidos em 2005 (16 e 17 anos) e, assim, sucessivamente. Os locais de vacinação estão no site Imuniza Já Curitiba. O atendimento é das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira.
Veja como será:
Semana de 31 de maio a 3 de junho
-31 de maio (terça-feira): nascidos entre 1º/6/2004 a 31/12/2004 (17 anos), vacinados com a 2ª dose até 31 de janeiro de 2022
-1º de junho (quarta-feira): nascidos em 2005 (16 e 17 anos), vacinados com a 2ª dose até 1º/2/2022
-2 de junho (quinta-feira): nascidos em 2006 (15 e 16 anos), vacinados com a 2ª dose até 2/2/22
-3 de junho (sexta-feira): nascidos em 2007 (14 e 15 anos), vacinados com a 2ª dose até 3/2/22
Semana de 6 de junho a 8 de junho
-6 de junho (segunda-feira): nascidos em 2008 (13 e 14 anos), vacinados com a 2ª dose até 6/2/22
-7 de junho (terça-feira): nascidos em 2009 (12 e 13 anos), vacinados com a 2ª dose até 7/2/22
-8 de junho (quarta-feira): nascidos até 8 de junho de 2010 (12 anos completos), vacinados com a segunda dose até 8/2/22
Vacina da gripe
Além da vacina contra a Covid, adolescentes de 13 a 19 anos também podem ser imunizados com a vacina da gripe. A aplicação para esta faixa etária começou nesta segunda-feira. Em setembro do ano passado, o Ministério da Saúde emitiu nova recomendação liberando que as vacinas da Covid-19 e da gripe posam ser aplicadas no mesmo dia. Antes, a orientação era que houvesse intervalo mínimo de 14 dias entre as imunizações.
A partir quinta-feira (2), as unidades de saúde também estarão abertas para vacinar contra o vírus influenza pessoas entre 40 e 49 anos. Na capital, a campanha foi estendida na semana passada, após baixa procura dos grupos prioritários, entre eles, os idosos.
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