Curitiba é cidade com mais mortes em operações de segurança, diz Gaeco

Balanço divulgado pelo Gaeco nesta semana, no entanto, aponta redução na letalidade das forças de segurança

Curitiba registrou 32 mortes envolvendo agentes de segurança pública no primeiro semestre deste ano, conforme balanço divulgado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), nesta terça-feira (12). Isso torna a capital a cidade com mais óbitos deste tipo no Paraná.

Conforme o levantamento realizado pelo órgão – que tem entre suas funções o controle externo da atividade policial –, foram 158 mortes no período, sendo 156 resultantes de confrontos com policiais militares e duas com guardas municipais (em Curitiba e Cascavel). Não houve registro de morte causada por policiais civis.

Gaeco

Segundo o relatório, 50 municípios do Paraná tiveram mortes em ações das forças de segurança. Depois de Curitiba, a cidade que mais registrou óbitos foi Londrina, com 16. Na região metropolitana houve mortes em Piraquara (6), São José dos Pinhais (5), Quatro Barras (3), São Matheus do Sul (3), Araucária (2), Colombo (2), Pinhais (2), Campina Grande do Sul (2), Balsa Nova (2), Almirante Tamandaré (1), Campo Largo (1) e Campo Magro (1).

Segundo o Gaeco, todavia, alguns municípios com menos população onde houve registro de mortes, foram impactados pela geografia – são locais de passagem para fuga de suspeitos, ou ainda tiveram eventos atípicos.

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Batalhões especializados

A liderança nas estatísticas de mortes envolvendo agentes de segurança pública em Curitiba tem alguma relação com os batalhões especializados, como o Bope e o BPRone, que têm policiais atuantes em situações de crise e são baseados na capital.

“Uma coisa está conectada à outra: elas [as unidades especializadas] são chamadas em situações mais agudas. Então eu imagino que isso acaba se interrelacionando [com as estatísticas]”, disse o coordenador estadual do Gaeco, Leonir Batisti.

Queda

Segundo o Ministério Público do Paraná ações integradas de conscientização entre as polícias, Secretaria de Segurança e o Poder Judiciário resultaram em queda nas estatísticas de letalidade.

No comparativo com o segundo semestre de 2022, o primeiro semestre deste ano teve 32,5% menos mortes. Na comparação entre o primeiro semestre do ano passado, a queda é de 37,8%.

Outro ponto que impacta nos dados, de acordo com o Gaeco, é o controle estratégico. “Uma das possibilidades [para a redução] também é a realização de várias operações específicas para apurar essas situações, além das formações das policiais que têm discutido Direitos Humanos. O policial tem que encarar aquela pessoa [suspeita] como um cidadão, não como um inimigo”, analisou Batisti.

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