Contratar gente acima dos 50 é estratégico. E as empresas estão descobrindo isso

A sociedade e o Estado precisam projetar os próximos anos e planejar sua estrutura financeira para se adequar ao processo de envelhecimento populacional

Os dados estatísticos apontam que a população global está envelhecendo em ritmo acelerado. Segundo a Organização Mundial de Saúde, em 2050, mais de um quinto da população mundial terá mais de 60 anos.

No Brasil, o processo de envelhecimento populacional segue a passos acelerados. A pesquisa do IBGE realizada em 2022 mostrou que a dependência demográfica da população jovem está reduzindo, enquanto a dos idosos está aumentando. Esse indicador revela a carga econômica desses grupos sobre a população em idade laboral e destaca a necessidade de redirecionamento de políticas públicas relativas ao mercado de trabalho, a previdência social e a saúde.

Contudo, o mercado de trabalho ainda tem preconceito em relação aos trabalhadores com 50 anos ou mais. Esse preconceito, também conhecido como etarismo, termo ainda pouco conhecido, vem ganhando relevância no mercado de trabalho.

Para além de ser uma necessidade social e uma questão de política pública, a diversidade geracional é uma oportunidade estratégica, uma vez que as empresas que se prepararem para as mudanças demográficas da força de trabalho estarão em vantagem.

Atualmente no ambiente organizacional estão presentes três gerações, cada qual com comportamentos e características distintas, o que pode se tornar um grande trunfo para as empresas, ou, casos estas não estejam preparadas para manter e absorver profissionais mais maduros, um enorme problema.

Isso porque, a manutenção e a contratação de profissionais com 50 ou mais anos passaram a ser vistas como estratégicas para os negócios em razão das competências que estão mais associadas a esta faixa etária, dentre elas: o comprometimento com a empresa, trazem uma cultura corporativa e diminuem a rotatividade; a inteligência emocional, já conhecem seus pontos fortes e fracos; a experiência, suas habilidades de comunicação estão mais apuradas, têm mais poder de persuasão, passam mais confiança e desenvolvem uma comunicação mais assertiva com os clientes e colegas.

Com foco em diversidade, equidade e inclusão no ambiente de trabalho, algumas boas práticas vêm sendo implementadas, como: revisão do processo de recrutamento e seleção, retirando do currículo filtros como idade e capacitando os recrutadores para que não tenham preconceito etário; implementação de políticas anti-etarismo com palestras, manuais e treinamentos.

A sociedade e o Estado precisam projetar os próximos anos e planejar sua estrutura financeira para se adequar ao processo de envelhecimento populacional. A implementação de políticas específicas e intencionais de combate à discriminação etária, proporciona às empresas mão de obra produtiva, engajada e capaz de contribuir para a inovação nos negócios.

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