Com novas barracas, chuva molhou produtos de comerciantes de feirinha do Largo

Em vídeos publicados nas redes sociais é possível ver que a chuva entra pelas laterais das barracas e molha mercadorias e feirantes

No último domingo (04), quem visitou a feira do Largo da Ordem pôde ver a nova versão das barracas da tradicional feira curitibana. Chamadas de “charmosas” pela Prefeitura Municipal de Curitiba, as novas barracas além de desagradar os feirantes não são nada resistentes à chuva. 

Em um dos vídeos publicados nas redes sociais, é possível ver que a chuva entra pelas laterais da barraca, onde existe um vão entre as lonas. “A chuva entra inteirinha na barraca. Olha aqui minhas coisas todas molhadas”, relata uma feirante. 

Em outros vídeos, os artesãos relatam também a perda de materiais devido às chuvas. “Olha, escorrendo água da minha mercadoria. Fora o que eu consegui acudir antes, tá tudo molhado”, mostra uma artesã. No vídeo, a feirante ergue um de seus produtos e mostra que a água pinga pelo objeto.

As novas barracas estão sendo implementadas desde dezembro de 2023 e já naquela época os artesãos demonstraram insatisfação com o modelo de barraca proposto. “Nós indicamos e até fizemos um abaixo-assinado para que o IPPUC desenvolvesse as novas barracas seguindo um modelo o mais próximo possível das antigas, o que não foi feito”, relata Tiemi Roseli Takahashi, representante do setor Garibaldi da feira.

Em uma avaliação feita e encaminhada à prefeitura em janeiro de 2024, o item que mais apresenta reclamações na avaliação são as lonas da lateral e dos fundos. Segundo consta no documento, “se o objetivo – da lona lateral – é proteger da chuva, não tem cumprido com sua função”. Entre os itens avaliados estavam a estrutura de sustentação do ápice da pirâmide do toldo; pontos de fixação/engate das lonas laterais e painéis de exposição; lonas de proteção lateral e fundo; bancada inferior e tampo da mesa. 

Outra reclamação dos feirantes é quanto à cor da lona usada nas barracas. “É necessário que uma das lonas seja de material incolor, pois a mesa deve sempre ficar visível para os clientes e artesãos pelas laterais. A lona leitosa acaba criando ambientes isolados quando colocados, havendo a falta de visibilidade dos clientes ao caminharem pelos corredores da feira”, diz o documento.

Instituto Municipal de Turismo (IMT)

Para Takahashi, o principal erro da prefeitura foi não ter incluído os feirantes na elaboração das novas barracas. “Sou feirante há 25 anos, sei o que funciona ou não no dia a dia e nós não participamos da confecção das barracas e não tivemos um período de avaliação do protótipo”, diz.

Em nota, o Instituto Municipal de Turismo (IMT) informou que medidas de segurança foram adotadas antes das chuvas recentes. Segundo a nota, no último domingo alguns expositores não se prepararam adequadamente para o mau tempo e não estavam habituados ao uso da nova barraca. “Além disso, fixadores das lonas mostraram-se ineficientes frente a condições climáticas mais extremas, mas já estão sendo corrigidos.”

No documento o IMT diz estar em contato com os artesãos para que os prejuízos decorrentes da chuva sejam minimizados.

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