Adultos agridem estudantes em frente a colégio militarizado de Curitiba

Secretaria de Educação nega que monitor militar tenha tomado partido dos agressores, conforme relatam alunos

Uma briga em frente a um colégio estadual militarizado mobilizou a comunidade do Xaxim nesta semana. Dois homens mais velhos foram à saída do Colégio Estadual Jayme Canet aparentemente para tirar satisfações com alunos que teriam tido um desentendimento com um menino que era parente de um deles. Num vídeo, vê-se que os homens agridem e empurram meninos de 15 anos em frente à escola.

Nas redes sociais, alunos do colégio reclamaram tanto da agressão quanto da postura que, segundo eles, um dos militares responsáveis pela gestão da escola adotou em relação ao tema. No vídeo, não se vê nenhum militar tentando impedir a atuação dos adultos que agrediam os adolescentes, mas a Secretaria de Educação afirma que isso aconteceu (veja abaixo).

Segundo um texto de um estudante, o subtenente que atua como monitor do colégio militarizado teria dado razão aos homens que foram tirar satisfações. Num segundo momento, teria ido mais longe afirmando que os alunos, ao “provocar a situação”, teriam colocado em risco a segurança de todos.

Em nota, a APP Sindicato associa o caso a outros dois ocorridos neste ano em escolas militarizadas. O sindicato diz que os casos de violência estão em alta nos colégios que participam do programa cívico-militar implantado pelo governo de Ratinho Jr. (PSC) e que os policiais presentes na escola ou “lavam as mãos” ou tomam o lado dos agressores.

“Ter um militar lá dentro não resolve nada. Pelo contrário; a inação aumenta a sensação de insegurança”, avalia Walkiria Mazeto, presidenta da APP-Sindicato. “A violência não é um problema que vem da escola. A escola reflete a violência existente na sociedade, que precisa de políticas públicas sérias, e não de soluções mágicas. E de policiais nas ruas, no entorno das escolas, não dentro delas”, complementa. 

A Secretaria de Educação afirma que a origem do problema foi uma briga entre alunos fora dos portões da escola. “O monitor militar da escola prontamente interveio, conseguindo conter os envolvidos e acionando o Batalhão de Patrulha Escolar Comunitária (Bpec), conforme protocolos de praxe”, diz a secretaria em nota.

“É importante esclarecer que as alegações de que o monitor teria tomado partido “ficando do lado do agressor” são infundadas, tendo sido a situação documentada em ata pela direção do colégio logo após o ocorrido. Além disso, não houve confirmação de que o agressor estivesse armado, conforme constatado pelos agentes do Bpec”, complementa o texto.

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