Após pressão, Ratinho cede e manda projeto para reestruturar carreiras da educação

Salários de técnicos estavam tão defasados que exigiam gratificação para que não ficassem abaixo do mínimo nacional

Depois de muita pressão, o governo Ratinho Jr. (PSD) enviou finalmente para a Assembleia Legislativa do Paraná uma proposta para redefinir a carreira dos agentes técnicos que trabalham na educação básica do estado. São cerca de 15 mil pessoas que haviam sido “esquecidas” pelo governo na reestruturação dos quadros nos últimos dois anos. O projeto deve ser votado já nesta terça (12), que provavelmente será o último dia do ano legislativo no Paraná.

Os salários dos técnicos da educação estavam particularmente defasados, o que levava o governo a ter de pagar uma gratificação para que, pelo menos, os vencimentos não ficassem abaixo do salário mínimo nacional. Entre os cargos que ficaram nessa situação estão merendeiras, zeladoras e porteiros, além de funcionários administrativos, como inspetores e secretárias.

O projeto só foi enviado à Assembleia depois de muita pressão da APP-Sindicato, que representa os professores e os funcionários da rede estadual de educação. Nas últimas semanas, depois de muitas conversas com a Secretaria de Educação, a diretoria do sindicato visitou os gabinetes dos deputados da base de Ratinho. “Foi um caso raro em que conseguimos o apoio de todos os 54 deputados”, afirma a presidente do sindicato, professora Walkiria Olegária Mazeto. “Era uma situação insustentável, inclusive em função da diferença para os funcionários de outras secretarias que têm funções semelhantes”, diz ela.

A proposta enviada por Ratinho eleva o salário inicial dos agentes I (carreiras que não exigem ensino médio) para R$ 2.066, enquanto o salário base dos agentes II (carreiras que exigem ensino médio) sobe para R$ 4.064. Por outro lado, o governo negociou para tornar a carreira mais “longa”, ou seja, para que as progressões e promoções sejam mais lentas.

“O envio da proposta foi uma grande conquista”, diz Walkiria. “Mas agora temos que pressionar para que algumas desvantagens que ainda restaram na comparação com as demais carreiras do estado sejam eliminadas”, afirma a presidente. Para isso, a APP promete acompanhar nesta terça as votações nas comissões e no plenário e seguir a conversa com os representantes do governo.

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