Vizinhos sofrem com protestos antidemocráticos em quartéis de Curitiba

Moradores dizem que acionam PM mas que nada acontece

Os protestos democráticos em frente a quartéis de Curitiba têm infernizado a vida de pessoas que moram nas imediações. Tumultos, barulho, bloqueio de vias, hostilidade e incômodos em geral têm sido relatados por moradores de áreas em torno dos quartéis. A Polícia Militar tem sido avisada dos problemas, mas segundo os moradores nada faz.

“Faz três dias que estou sendo obrigada a ouvir 24 horas por dia a manifestação antidemocrática contra o resultado das eleições”, diz uma moradora do Bacacheri. “São milhares de pessoas bloqueando a rua, soltando fogos de artifício, tocando o Hino Nacional, buzinando, gritando, estacionando nas calçadas, como se não houvesse amanhã”, relata ela.

A moradora diz já ter ligado três vezes para a Polícia Militar, pedindo que fosse respeitado pelo menos o horário de silêncio, mas não conseguiu que os policiais interferissem na baderna. “Para piorar, uma vizinha escreveu agora dizendo que estava na rua aqui perto e viu passarem diversos manifestantes armados. Até quando as autoridades vão deixar esse tipo de situação acontecer?”, pergunta ela.

A estudante Camilla Deschamps Moreira, de 23 anos, moradora do Boqueirão, diz que o barulho na região do quartel começou no dia seguinte às eleições. “À noite, começaram sons de buzina de caminhão e fogos de artifício, lá por 20h e seguiu até 2h, segundo minha mãe, que não conseguiu dormir”, conta ela.

“Tenho uma cachorra que morre de medo do som dos fogos, ela vem ficando num estado constante de estresse, mudou o comportamento bruscamente. E tem sido assim todos os dias desde então”, diz Camilla. “Ontem o dia todo, principalmente fogos. Não dava 5 minutos em silêncio. E não existe o respeito pelo horário, passam das 22:00 com a baderna todo dia.”

As pessoas ouvidas pelo Plural dizem que nesta quarta-feira, após o fim do feriado e o vídeo de Jair Bolsonaro, a movimentação em torno dos quartéis diminuiu significativamente.

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21 comentários em “Vizinhos sofrem com protestos antidemocráticos em quartéis de Curitiba”

  1. Inacreditável essa situação e diz que dia 15/11 vai piorar, meu filho estuda próximo ao quartel do Bacacheri e todos os dias vejo o povo lá, caminhão de som, bandeira que só falta bater no carro da gente, baderna tomando conta da via Pública, um Carnaval fora de época… imagino como o comércio da região e os moradores ficam com esse descaso. O governo não toma providência quem dirá a PM. Uma hora dessas eles cansam ou acontece uma desgraça aí quem sabe acaba esse terror.

  2. Engraçado que só petista reclama das manifestações, pq será? Se vc não apoia o L, deixa de ser passivo e adere o movimento, o país precisa de apoio e mudanças, já, agora.

  3. Cássia Silmara Eloy

    Moro no interior de São Paulo enfrente ao Tiro De Guerra . Hoje 07/11/2022 faz 6 dias que os manifestantes estão acampados na calçada e na rua bem na frente da minha casa. Meus cachorros não podem sair na frente da casa, tenho que pedir licença para sair com o carro da garagem e estou em tratamento psicológico e estou piorando muito pelo barulho principalmente a noite e Hino Nacional a cada 1 h. Eles acreditam em algo que não existe, existe um grande fanatismo e idolatram um ser como se fosse Deus. Até quando vamos ter que aguentar ? Está muito difícil.

  4. Uma vergonha a polícia estar dando apoio a esses lixos antidemocráticos. Não temos mais leis em Curitiba. Prefeito e Governador estão omissos, prevaricando.
    Temos que nos unir e tirar os lunáticos da nossa rua.

  5. Está passando da hora do povo se unir e começar a colocar esses zumbis alucinados pra correr! Já que a Polícia está comprada, a força tem que vir da população!

  6. Boa tarde a todos até entendo a situação dos moradores próximos aos quartéis, porém as manifestações são necessárias no momento e não tem o que fazer temos que ter paciência e aguentarmos só mais um pouco logo tudo vai passar com a graça de Deus

  7. Maria do Carmo Schön

    Quando foi feito este tipo de manifestação ao lado do prédio da PF onde o Lula estava preso, com “alvorada” de bom dia, boa tarde e boa noite não era anti democrático, ninguém reclamava. Não entendo essa democracia que tem 2 pesos e 2 medidas

    1. Rosiane Correia de Freitas

      Oi Maria, Olha, o acampamento ao lado da Polícia Federal foi alvo de muita crítica, foi alvo de multas e processos, além de ter sofrido ataques, inclusive a tiros, de vizinhos. Com o passar do tempo houve um acordo com limites de horário para as atividades realizadas no local. Além disso, depois de um início na rua, o acampamento mudou para um terreno e um imóvel alugado pelo movimento e deixou de ser um problema de mobilidade no local. Nada disso, porém, evitou as criticas ao movimento que foram amplamente registradas na época.
      Os protestos de hoje tem dois grandes problemas: 1) desrespeito ao direito de ir e vir, com fechamento de vias públicas e 2) pedido de intervenção/golpe militar, o que é crime porque atenta contra a integridade da república. Além disso as reclamações na matéria registram ações de manifestantes contra pessoas com opinião política diferente e a realização de atividades barulhentas foram de horários aceitáveis.
      Espero te ajudado,
      Rosiane

  8. Deplorável, atitude de prevaricação dos defensores da ordem pública que nada fazem, totalmente coniventes com esses atos golpistas que só atrapalham o retorno para as imediações privadas da população. No boqueirão tem ate acampamento montado e quase sempre nenhuma presença policial, inacreditável tal atitude de descaso.
    Todos criminosos, mas deu para ver que no estado e principalmente na republica de Curitiba atentar contra a constituição não é crime.

  9. Daniela kozelinski

    Sou da União de país pelo Autismo e ontem não conseguimos passar novamente na rua em frente ao quartel do bacacheri e minha filha autista teve mais 1 crise. Muitas famílias que precisam ir a terapias e passam pelas ruas em frente a quartéis tendo que desmarcar ou desviar e aguentar as crises dos filhos. Famílias que moram perto e estão com janelas fechadas por conta de buzinas e fogos. Desde domingo isso. E quem sofre é sempre o lado mais frágil e excluído. Obrigada pela reportagem e gostaria de saber quando isso vai acabar? O que o exército fala?

    1. Rosiane Correia de Freitas

      Oi Daniela, estamos acompanhando a situação. Houve uma redução nos movimentos nos últimos dias, mas há também um movimento para novas mobilizações no fim de semana. O maior problema, como temos noticiado, é a falta de ação da polícia. Vamos continuar insistindo em apontar problemas na condução dessa situação. Rosiane

  10. Diogo Labiak Neves

    Essa situação apenas demonstra a necessidade urgente de retirarmos os quarteis de dentro dos centros urbanos. São aparatos com uma grande área útil em meio ao centro urbano que apenas servem para atrapalhar o trânsito e a logística das grandes cidades. É chegada a hora de repensarmos a utilidade de grandes equipamentos públicos como este em meio aos centros urbanos. Seus lugares deveriam ser fora das grandes cidades, até para que pudesse proteger as cidades em caso de necessidade.

  11. Também somo vizinhos do quartel do Boqueirão, ontem tivemos inclusive cenas de violência verbal contra nós, os manifestantes nos xingaram por conta de um adesivo do Lula no nosso carro, o carro estava para dentro do terreno, foram berros altíssimos, assustou os vizinhos e principalmente minha filha de sete anos, nós tiramos o adesivo, mas mesmo assim eles repetiram o ato. Hoje vamos registrar um BO. Já pedimos instalação de câmeras, pois estamos com medo que se repita outras vezes. Ontem foi o dia inteiro de fogos, tumulto nas ruas ao redor, carros passando buzinando e gritando. Antes de dormir minha filha perguntou se um bolsonarista poderia pular na nossa casa.

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