Defensor do golpe de 64, o deputado do PSL Filipe Barros foi um dos quatro escolhidos pelo presidente Jair Bolsonaro para integrar a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), órgão vinculado ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. A comissão investiga os casos das vítimas do período de ditadura militar no país (1964-1985).
O novo integrante, de 28 anos, é um dos congressistas do partido mais fiéis às pautas do governo Bolsonaro. Defendeu a Escola sem Partido e a reforma da previdência, pediu a prisão do jornalista Glenn Greenwald e foi eleito posicionando-se fortemente contra o aborto e a chamada “ideologia de gênero”. Sua campanha contou com o apoio direto de Bolsonaro, que produziu vídeo pedindo votos para o “amigo de há muito tempo”.
O parlamentar segue os passos do presidente também no discurso sobre a ditadura. No marco de 55 anos da instauração do governo militar, o deputado londrinense afirmou em suas redes sociais que o dia 31 de março “é um dia a ser comemorado SIM.”
Ligado ao movimento Direita Paraná e ao Movimento Brasil Livre (MBL), Barros investiu em networking. Além da proximidade com o presidente, o parlamentar tem como madrinha política Damares Alves, atual ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos. Em entrevista publicada no Blog da Vida em 2018, o político disse ter “uma relação de profunda amizade e confiança” com a ministra. “Foi ela que me incentivou a ser candidato a vereador e, posteriormente, a deputado federal. Não fosse o apoio e o conselho da Damares, certamente eu não estaria aqui.”
Barros é vice líder do PSL e ex-vereador de Londrina. Em 2012, presidiu o Diretório Central dos Estudantes da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Aproximou-se da carreira política como assessor parlamentar em 2013, mesmo ano em que participou do curso de “filosofia” de Olavo de Carvalho.
Colaborou Rafaela Moura.